Crônica do Centrão

Crônica do Centrão

 

Crônica do Centrão: ladrões defendendo ladrões, edição de sempre

Nada de novo sob o sol de Brasília.

Quando a Polícia Federal bate à porta, o Centrão corre para fechar as janelas.

Quando o nome é conhecido, o currículo é antigo e o esquema é grande, a reação é automática: defesa corporativa imediata.

Desta vez, coube a Hugo Motta, presidente da Câmara, cumprir o papel clássico do sistema:

elogiar a servidora investigada, minimizar os fatos e tentar desqualificar a investigação antes mesmo de ela terminar.

Segundo Motta, a servidora Mariângela Fialek, a “Tuca”, alvo da PF no inquérito do orçamento secreto, seria apenas uma “técnica competente”.

Nada de desvio, nada de problema.

Tudo muito organizado — ao menos no discurso oficial.

Mas o que dizem os autos?

🔎 O ministro Flávio Dino fala em:

atuação contínua, sistemática e estruturada

indícios de redirecionamento forçado de emendas

ausência de mensagens após quebra de sigilo, sugerindo ocultação deliberada de dados

gestão informal de bilhões públicos, descrita pela PF como “conta de padaria”

Ainda assim, Motta garante:

“Nenhum desvio. Nenhum.”

Claro.

Porque no Brasil do Centrão, o crime só existe depois da condenação — e mesmo assim depende do réu.

É o velho roteiro:

A PF investiga

O STF autoriza diligências

O presidente da Câmara corre para blindar o operador

O sistema tenta transformar esquema em “procedimento técnico”

E a culpa, se existir, será sempre de alguém mais abaixo na cadeia

O detalhe inconveniente é que o orçamento secreto não funcionava sem operadores.

Não havia bilhões invisíveis sem alguém organizando, distribuindo, cobrando, pressionando e redirecionando.

Defender a “Tuca” não é um gesto isolado.

É a autodefesa do modelo.

Quem protege o operador, protege o esquema.

Quem minimiza a investigação, teme o que pode aparecer.

E não é Flávio Dino que “não aponta desvio”.

É a investigação que ainda está em curso — apesar da pressa dos defensores em enterrá-la.

No fim, a crônica é velha:

👉 ladrões defendendo ladrões,

👉 políticos protegendo o mecanismo que os mantém no poder,

👉 e o discurso da “boa técnica” servindo como biombo para bilhões evaporados.

Mas há uma diferença agora:

🔔 o cerco começou pelos operadores.

E quando operador fala, cacique treme.

📌 Fonte:

Agência Brasil — reportagem de Luiz Cláudio Ferreira

📺 Canal: Agência Brasil / EBC

FONTE:

https://www.facebook.com/photo?fbid=3734493353353422&set=a.343302659139192&locale=pt_BR 




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