Defesa da Pedagogia e da formação

Defesa da Pedagogia e da formação

Cresce mobilização em defesa do curso de pedagogia e da formação de professores

Enquanto o Conselho Nacional de Educação continua em silêncio, vários Fóruns de mobilização em defesa dos cursos de pedagogia e da formação de professores se organizam em vários estados e as discussões se ampliam, consolidando gradativamente este movimento de resistência às proposições neoliberais do CNE no campo da formação.

Nos dias 8 e 9 de junho pp, reuniu-se o Fórum Estadual de Licenciaturas do Estado do Paraná , que reúne as universidades estaduais UNIOESTE, UEL, UNESPAR, UENP, UEM, UEPG E UNICENTRO, constituindo-se, portanto, um espaço coletivo que vem contribuindo desde sua primeira edição, em 2016, para o debate a respeito dos Cursos de Licenciatura e desafios para a Formação Docente no estado e no país.

O evento contou também com a participação de instituições federais, bem como das associações acadêmicas e cientificas da área, a ANPED, ANPOF, ANFOPE, SBEM-PARANA, AGB-LDNA, ANPUH, Coorlicen-UFRGS, comprometidas e atuantes historicamente em favor das Licenciaturas e da formação docente.

Em documento enviado ao Conselho Estadual de Educação e à Superintendência de Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Paraná, os docentes das instituições estaduais do Paraná destacam aspectos importantes relativas à Resolução 02.2019, reafirmando e endossando as criticas feitas por todas as entidades presentes ao evento e também as manifestações que desde 2019 vêm mobilizando o campo da formação.

As universidades públicas, por meio de suas instâncias e fóruns de
deliberações, veem insistentemente manifestando-se e reivindicando a retomada
e consequente manutenção da Resolução CNE/CP nº 02/2019  e pela revogação
da Resolução CNE/CP nº 02/2019. Neste posicionamento, salienta-se que os
seguidos adiamentos de implantação da Resolução CNE/CP nº 02/2015 resultou
num processo de implementação tardio de suas orientações nos Projetos dos
Cursos de Licenciatura, situação evidenciada em grande parte das universidades
públicas.

Ressalta-se que os fundamentos da Resolução CNE/CP nº 02/2019 partem
de princípios que são incompatíveis aos que sustentam as DCN para a Formação
Inicial e Continuada em Nível Superior de Profissionais do Magistério para a
Educação Básica, principalmente no que diz respeito à articulação orgânica entre
formação e valorização dos profissionais da educação, postergando a formação
continuada.

A partir dos apontamentos e indicações extraídos das duas Conferencias realizadas, a mesa com a participação das entidades acima mencionadas, as atividades realizadas durante o II Fórum Estadual das Licenciaturas do Paraná, especialmente a partir do debate empreendido em plenária, com a participação representativa das sete universidades estaduais e
demais organizações participantes, deixam o registro coletivo com destaque para os seguintes pontos:

1. As novas Diretrizes submetem a formação de professores à BNCC, que é um instrumento de padronização de competências, conteúdos e habilidades, esvaziando a função social da escola e seu sentido público, numa concepção meramente pragmática e utilitarista;

2. A formação proposta expressa uma concepção do professor como executor técnico prático e reduz a docência a habilidades práticas e saberes esvaziados de teoria, o que contraria a concepção de formação assumida pelas IES públicas;

3. O texto da Resolução CNE/CP nº 02/2019   não se configurou a partir da problematização e escuta da sociedade organizada fragilizando a proposta;

4. Desapareceu na Resolução CNE/CP nº 02/2019   o ensino como face importante do processo, enquanto que o foco está na aprendizagem. Neste sentido, o docente enquanto sujeito da concepção, produção e socialização de conhecimento dá lugar ao resultado do processo: a aprendizagem.

5. Não há qualquer menção à avaliação escolar como diagnóstico dinâmico do processo ensino-aprendizagem.

6. Não há menção quanto à condição social dos estudantes de licenciatura no texto da Resolução 02/219-CNE.

7. Desconsidera os estudos e pesquisas sobre a formação de professores realizadas nas Instituições de Ensino Superior Públicas.

Diante do exposto, o documento reitera a solicitação de Revogação da Resolução 02/2019-CNE, mediante os argumentos anteriormente apresentados.

Leia aqui o documento na íntegra

Novos espaços de resistência estão sendo construídos em todos os estados, na perspectiva de resistir a estas politicas e construirmos uma pauta comum , conforme já socializado neste blog,

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“Manifesto pela Formação Plena de Professores” reforça a resistência às politicas de formação

A Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas promoveu no ultimo dia 14 de junho, o “Manifesto Pela Formação Plena de Professores”, um Ato público que contou com entidades cientificas e acadêmicas e coordenadores de cursos de instituições publicas. Foi unânime a critica contundente à Resolução CNE/CP nº 02/2019 , de 20 de dezembro de 2019 que institui a Base Nacional Comum para a formação inicial de professores da Educação Básica, com destaque especial para as mudanças nos cursos de Pedagogia, os quais ainda terão suas DCNs de 2006 alteradas pelo CNE.  

No ato, organizado pela Faculdade de Educação e com a participação ativa dos estudantes e do Centro Acadêmico, foi lançado o Manifesto pela Formação Plena de Professores, o qual está agora sendo socializado ampliando o alcance e o apoio a este movimento.

No Manifesto, os educadores analisam as proposições do CNE para os cursos de pedagogia, destacando que

… a formação para o magistério na Educação Infantil, no Ensino Fundamental I e para a Gestão Escolar, será novamente convertida em habilitações independentes e desconectadas, fragmentando e alienando a formação do profissional da educação. Veiculada precária e impropriamente na forma de um resumo apresentado em Power Point, a referida proposta representa um violento ataque aos cursos de Pedagogia, pois, baseada em uma concepção tecnicista e neoliberal da educação, compromete a sólida formação teórica, prática e crítica dos profissionais da educação, além de ferir a autonomia das universidades, garantida pela Constituição Federal, e das faculdades de educação na elaboração dos seus currículos e processos formativos.

… Consideramos, ainda, que a proposta do CNE ataca diretamente o curso de Pedagogia e as demais licenciaturas, bem como as universidades públicas, especialmente as faculdades de educação, ao desconsiderar e deslegitimar a pesquisa em educação realizada há décadas nessas instituições e cujos resultados têm se mostrado de extrema relevância para a superação de boa parte dos problemas educacionais enfrentados pelo país.

Exigimos, por fim, a abertura de audiências públicas para que a matéria seja amplamente debatida pelos setores interessados, a fim de assegurar uma formação sólida, integral, crítica, plena, socialmente referenciada e autônoma para as professoras e os professores e, assim, propiciar uma educação básica de qualidade, direito inalienável de todas as crianças e jovens brasileiros.

Assine o manifesto e fortaleça o movimento em defesa dos cursos de pedagogia e da formação de professores e a resistência à destruição da educação pública em curso.

Assine aqui o Manifesto

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