Derrotar as políticas de morte
Derrotar as políticas de morte de Bolsonaro e de seus variantes, como Eduardo Leite, o “Bolsonaro de sapatênis”
A chegada de agosto de 2021, 15 meses após os primeiros casos de coronavírus no Brasil, não são suficientes para dimensionarmos a tragédia sanitária, social e educacional brasileira, um genocídio com muitas faces e responsáveis, sendo o principal o governo Bolsonaro. Entretanto, isso não diminui a responsabilidade de outros governantes como Leite (PSDB) e o ex-governador Sartori (MDB “Sartonaro”) que tentam a todo tempo se distanciar de Bolsonaro.
Além de terem contribuído, assim como seus partidos, para a eleição do genocida, contribuem na manutenção dele no poder e concordam com a agenda política neoliberal, que se reflete diretamente na Educação Pública, tanto da implementação de um projeto comum, de um lado escoando os recursos da área para os interesses privados (tubarões da educação), de outro com cortes de verbas à Educação Pública, ataques sistêmicos e retirada de direitos dos trabalhadores em educação.
A pandemia é usada por esses governos dos de cima para aprofundarem ainda mais seu projeto de sociedade e de educação, aumentando ainda mais o fosso da desigualdade social e educacional. Algumas das faces dessa tragédia são os mais de 130 mil órfãos que perderam seus pais e/ou responsáveis, mortes evitáveis se medidas baseadas na Ciência tivessem sido aplicadas, com consequências profundas para o resto da vida; o menor número de inscritos no ENEM desde 2005 (3,1 milhões frente aos 8,7 milhões em 2014), aumentando ainda mais a exclusão do acesso ao Ensino Superior junto ao apagão na educação expresso nas mais de 5 milhões de crianças e adolescentes que abandonaram a escola, que compromete uma geração inteira com consequências irreversíveis frente a falta de ações dos governos.
Entre as causas, além da falta de acesso a equipamentos e internet, milhões tiveram que ajudar na batalha diária da sobrevivência, já que a crise social expressa no aumento da insegurança alimentar, a volta do país ao mapa da fome (21 milhões com fome e 119 milhões sem acesso ao mínimo necessário de nutrientes básicos), desemprego acima de 14 milhões de brasileiros, precarização via informalidade como uberização, terceirização, renda menor e retirada de direitos trabalhistas. O sufoco aumenta com o custo elevado do nível de vida como os preços dos alimentos básicos como feijão, arroz, carne, gás de cozinha, gasolina e contas de energia elétrica.
Se antes da pandemia os problemas já eram muitos, agora foram escancarados e estes foram multiplicados.
E isso não foi por acaso, pois além da falta de ação, os governos de plantão se esforçaram contra medidas que pudessem minimizar essa realidade, como o acesso à internet banda larga amplo para os estudantes, prometida por meses por Leite no ano passado, que além de pouco funcional, não foi usada pelos alunos na rede estadual, ficou restrita a 2020 e ao nível nacional temos o esforço descomunal do governo Bolsonaro, inclusive acionando o STF para negar a oferta de internet para todas as escolas do Brasil.
Agora em agosto, a volta do recesso representa a “normalização” do genocídio, quando somente 20 % da população brasileira está totalmente imunizada (é necessário mais de 70% para ter a resposta coletiva da vacina).
Os governos agem como se não houvesse mais pandemia, decretaram seu fim, quando ainda estamos com uma média diária superior a 1.000 óbitos ainda.
Estamos cerrando fileiras nas ruas pelo #ForaBolsonaro, não podemos esperar até 2022, há uma distância de milhares de mortes até lá, e não podemos nutrir nenhuma esperança com as versões light da mesma política de morte, achando que podemos, sem mobilização, arrançar alguma pauta econômica e corporativa no governo Leite, já que está diretamente relacionada à política neoliberal, anti-povo de ambos. Aliás, o orçamento de 2022 via Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) já foi aprovado na Assembleia Legislativa e não há nenhuma reposição e/ou reajuste salarial prevista. Nossas derrotas no passado recente mostram que nossos problemas não serão resolvidos por cima, em gabinetes dos poderes executivo, legislativo e judiciário. E sim, na força da nossa categoria e da classe trabalhadora! Nas ruas!!!
Chega de sufoco, o Brasil precisa de uma revolução!
https://comunicacao-alcc.medium.com/jornal-alicerce-educa%C3%A7%C3%A3o-agosto-2021-474c0554b38a