Desafios e Perspectivas na Educação
Desafios e Perspectivas na Educação são destaques na abertura do II CONNAFOR, em Porto Alegre
Teve início, nesta quarta-feira (21), o II CONNAFOR (Congresso Nacional da Ação Afirmativa), um evento de grande relevância para o setor educacional brasileiro. O Congresso, que acontece no auditório da PUC/RS, em Porto Alegre, reúne especialistas, educadoras(es) e representantes de diversas entidades para debater as “Perspectivas e desafios na valorização e formação dos profissionais da educação: rumo aos objetivos do PNE 2024/2034”.
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O II CONNAFOR, que se estende até sexta-feira (23), envolverá ainda diversas palestras, mesas-redondas e workshops, abordando temas como inovação pedagógica, políticas afirmativas e os desafios enfrentados pelas profissionais da educação no Brasil.
A mesa de abertura contou com a presença de Rosane Zan, tesoureira-geral do CPERS e diretora do Departamento de Especialistas em Educação (DESPE) da CNTE, além da participação de renomadas(os) especialistas e de importantes lideranças do setor, incluindo representantes da Seduc, Conselho Estadual de Educação, PUC/RS, UFRGS, ASSERS, SINDESPE-MG, entre outros.
Em sua fala, Rosane destacou a importância da formação contínua e da valorização dos profissionais da educação como pilares fundamentais para alcançar as metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Educação (PNE).
“O II CONNAFOR é uma oportunidade única para refletirmos sobre as práticas atuais e projetarmos um futuro onde a educação seja verdadeiramente inclusiva e de qualidade”, afirmou a dirigente. Ela enfatizou a necessidade de políticas públicas que garantam melhores condições de trabalho e formação para as educadoras(es), visando a melhoria do ensino, o reconhecimento e a valorização da profissão.
Caminhos para a valorização das profissionais da educação
Além da mesa de abertura, Rosane também integrou a mesa de debate “Formação, Práxis e Valorização Profissional dos Especialistas e demais Profissionais da Educação”, também composta por Jackson Raymundo, secretário executivo do Conselho Nacional de Educação (CNE), Cristiane Johann, representante do Fórum Nacional de Educação (FNE), Ana Regina de Moraes Soster, representante da PUC/RS, e Liliane Giordani, representante da UFRGS.
Em sua exposição, a tesoureira-geral do CPERS expressou preocupação com a falta de respeito e apoio à formação de professoras(es) ao longo dos últimos anos. “Nos últimos 10 anos, nunca senti tanto desrespeito por aqueles que fazem o trabalho pedagógico no dia a dia da escola como percebo com o atual governo estadual”, afirmou Rosane.
Ela destacou ainda que a formação das professoras(es) deveria ser uma prioridade. “A formação, independente de quem a realiza, deveria ser respeitada. No entanto, vemos cada vez mais dificuldades”, disse, lembrando dos tempos em que conseguia reunir centenas de pessoas em seminários e obter liberações dos pontos dos governos para participação em atividades de formação.
Rosane também destacou a necessidade de unidade entre as trabalhadoras(es) da educação para enfrentar o “apagão mundial dos profissionais da educação”.
“Sem essa unidade, cada vez menos universidades terão graduações na área da educação e menos formação será oferecida”, concluiu Rosane, enfatizando a importância da colaboração e do compromisso contínuo com a formação e valorização das educadoras(es).
Jackson Raymundo, secretário executivo do CNE, destacou a importância da resolução CNE/CP n.º 4/2024. Em seu discurso, Raimundo enfatizou as diretrizes específicas para atender as particularidades da educação escolar, incluindo as modalidades indígena, do campo e quilombola.
“A resolução CNE/CP n.º 4/2024 estabelece diretrizes próprias para atender as especificidades da educação escolar, garantindo que as necessidades de comunidades indígenas, do campo e quilombolas sejam respeitadas e valorizadas”, afirmou Jackson. Ele ressaltou também que essas diretrizes são fundamentais para promover uma educação inclusiva e de qualidade para todas as brasileiras(os).
Raymundo abordou alguns dos principais desafios enfrentados pelo CNE, como o monitoramento e avaliação do Plano Nacional de Educação (PNE), a definição das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para os itinerários formativos do Ensino Médio e a integração de tecnologias educacionais, inteligência artificial e educação híbrida. “A formação continuada dos profissionais da educação e a atualização da Base Nacional Comum Curricular são essenciais para garantir que nossos educadores estejam preparados para os desafios do século XXI”, destacou.
O secretário executivo do CNE ainda enfatizou a importância de um esforço conjunto entre governo, educadoras(es) e sociedade civil para superar esses desafios e alcançar as metas estabelecidas pelo PNE. “Somente com a colaboração de todos os setores poderemos construir um sistema educacional mais justo e eficiente, que atenda às necessidades de todos os estudantes, independentemente de sua origem ou condição social”, concluiu.
“Estamos fazendo esse movimento de luta e resistência com muito estudo e trabalho”, afirmou Cristiane Johann, representante do FNE, destacando o empenho contínuo na valorização dos profissionais da educação.
Cristiane ressaltou a necessidade de refletir sobre o papel das educadoras(es) no espaço democrático e na participação popular. “Minha grande frente de trabalho é a formação de professores”, disse ela, sublinhando a importância da formação contínua para garantir uma educação de qualidade.
Ana Regina de Moraes Soster, representante da PUC/RS, apresentou o projeto “Conexão Universidade-Escola”, destacando a importância da escola para a formação de professoras(es). “A nossa ideia é criar ambientes onde as pessoas se sintam à vontade para expressar suas opiniões. É fundamental que aqueles que estão na escola possam colaborar de maneira efetiva e participativa”, explicou Ana Regina, sublinhando a necessidade de um ambiente escolar mais inclusivo.
Liliane Giordani, representante da UFRGS, enfatizou a importância de se apropriar dos números e dados para avaliar o progresso do Plano Nacional de Educação (PNE). “Ficamos estagnados nos 10 anos do PNE em muitas das metas. Tivemos percalços na perspectiva política e da educação, o que prejudicou a aplicação do PNE”, afirmou Giordani.
Ela destacou o compromisso das universidades públicas com a formação das professoras(es), ressaltando que é necessário falar mais sobre o papel das universidades comunitárias e públicas. “Temos um compromisso para além da formação continuada. Não podemos nos eximir do compromisso, precisamos transformar cada vez mais esses espaços. Essa também é uma luta política”, disse Liliane.
“O salário dos professores já é achatado, a formação continuada tem que ser investimento dos governos”, destacou, apontando a necessidade de um financiamento adequado para a valorização profissional.
Liliane concluiu sua fala com uma reflexão sobre o aprendizado contínuo. “A gente só começa a saber quando a gente reconhece que não sabe. Sou muito grata à escola”, disse, expressando sua gratidão e compromisso com a educação.
A expectativa do II CONNAFOR é que as discussões promovam um intercâmbio de ideias e experiências, contribuindo para a construção de um sistema educacional mais justo e eficiente. Mais informações em www.afor.com.br.
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