Desastre à vista

Desastre à vista

Texto de Ju Farias

“Desastre à vista” - foi o que disse quando Bolsonaro foi eleito. Brinquei com amigos dizendo que me sentia como os portugueses que se lançavam ao mar em navios de vela anunciando: “Terra à vista”.

Quem diria, né? Tanto tempo depois é a gente que está à deriva, em busca do porto seguro perdido naquele inesquecível (e triste) 28 de outubro de 2018.

“Desastre à vista” é o que gritamos nós, os 48% que não escolheram você como presidente. Sabíamos que o caos se instalaria, tudo era muito previsível. E nem precisaria conhecer a sua trajetória profundamente para vislumbrar a infelicidade que se aproximava.

Como se colocassem para voar 213 milhões de pessoas naquele avião que já apresentava sinais de inaptidão há tempos. Sem piloto, sem combustível, sem direção. Cedo ou tarde, não tem jeito, o avião despencaria.

O avião ainda não caiu, mas está em queda livre. Ou a gente muda esse final obscuro ou morreremos todos de desesperança.

Segundo o dicionário, genocida é o responsável pela morte de muitas pessoas em pouco tempo. Esse é o seu segundo crime mais grave.

O primeiro foi bem antes da pandemia, quando vestiu a faixa presidencial e assassinou a democracia com um sorriso no rosto.

Você não. Você nunca. Você jamais.

 

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