Desempenho do Enem 2018

Desempenho do Enem 2018

Confira o desempenho do Enem 2018 por escola

Os primeiros colocados nacionais são de Fortaleza. Em Brasília, o Pódion teve o melhor resultado

 18/06/2019 

Ana Paula Lisboa

A partir de dados liberados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) na sexta-feira (14), consultorias prepararam rankings do desempenho das escolas do país no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2018.

Na lista feita pela empresa de tecnologia ZBS, dois colégios de Fortaleza estão no topo da lista: o Farias Brito Colégio de Aplicação é o primeiro colocado; e o Ari de Sá Cavalcante Colégio - Major Facundo está na segunda posição. Completa o pódio o terceiro colocado, de São Paulo, o Objetivo Colégio Integrado. Todos três têm quantidade de alunos considerada baixa: 43, 39 e 47 estudantes, respectivamente.

O quarto colocado, de Teresina (PI), com 122 alunos é o Instituto Dom Barreto. Na quinta posição, com 329 estudantes, aparece o Colégio Bernoulli, de Belo Horizonte (MG). Até a 10ª posição, só aparecem escolas particulares. A primeira unidade pública a figurar no ranking, na 11ª classificação, é o Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa (UFV) - Coluni.

Resultados locais 

No Distrito Federal, segundo a plataforma ZBS, o Colégio Pódion teve o melhor resultado tanto na prova objetiva quanto na redação; aparecendo em 35º lugar na listagem nacional considerando a nota da prova objetiva. Em seguida, aparecem o Colégio Olimpo, da 913 Sul, e o Colégio Olimpo de Águas Claras. Em quarto lugar, ficou o Centro Educacional Sigma, da Asa Sul, em quinto o Colégio Galois. As unidades do Sigma da Asa Norte e de Águas Claras aparecem em oitavo e 15º lugares, respectivamente. 

Em sexto lugar, está o Único Educacional. Em seguida, o Centro Educacional Leonardo da Vinci da Asa Sul — o da Asa Norte e o de Taguatinga estão em 10º e em 12º lugares, respectivamente. O Colégio Sagrado Coração de Maria é o 9º colocado.

O Colégio Militar Dom Pedro II foi a escola pública com melhor colocação no DF: 19º lugar. O Colégio Militar de Brasília alcançou a 22ª colocação. O Colégio Militar Tiradentes ficou no 29º lugar. O CEM Integrado à Educação Profissional do Gama foi a primeira escola pública não militar a aparecer na lista, na 42ª posição. Acesse o ranking completo no link

Diferenças em outra plataforma

O Bernoulli Sistema de Ensino, responsável por colégios em Minas Gerais e na Bahia, foi outro a analisar os dados do Inep e preparar um ranking das escolas brasileiros no Enem 2018. A plataforma fez duas listagens diferentes: uma que considera apenas a média das notas das provas objetivas e outra que leva em conta tanto a parte objetiva do teste quanto a redação.

No ranking integral (provas objetivas + redação), aparecem, nos primeiros lugares, nesta ordem, as seguintes escolas: Farias Brito Colégio de Aplicação, de Fortaleza; Objetivo Colégio Integrado, de São Paulo; Instituto Dom Barreto, de Teresina. A primeira unidade de Brasília a aparecer na lista é o Colégio Pódion. Em seguida, estão Olimpo e Olimpo de Águas Claras.

 

Sem a redação, há alterações no topo

Já no ranking do Bernoulli que considera apenas a nota das provas objetivas, os três primeiros colocados pela plataforma são Faria Brito Colégio de Aplicação, de Fortaleza; Objetivo Colégio Integrado, de São Paulo; e Ari de Sá Cavalcante Colégio - Major Facundo, de Fortaleza.

Na plataforma Bernoulli, contando apenas a parte objetiva do Enem, o Colégio Olimpo, de Brasília, passa na frente do Pódion. O Olimpo seria o primeiro colocado de Brasília; e o Pódion, o segundo. Sem a redação, o terceiro colocado seria o Olimpo de Águas Claras. Confira o ranking geral (com redação) no link e o ranking sem contar a redação clicando aqui

O perfil da primeira colocada do DF 

O Colégio Pódion existe desde 2001 e, tradicionalmente, costuma figurar entre os primeiros colocados do Enem no DF, mas esta é a primeira vez que a escola conquista o primeiro lugar geral. Para George Gonçalves, coordenador-geral da instituição, o resultado é motivo para comemorar, mas não é surpresa. “Isso porque a gente vem, há muitos anos, fazendo um trabalho para chegar a esse ponto. A gente esperava que isso aconteceria mais ou mais tarde”, observa.

Ele atribui o sucesso a alguns fatores principais: a competência dos professores; a carga horária dos estudantes, que é de 47 horas por semana, composta por aulas tradicionais e de exercícios; a proximidade entre a escola, os alunos e as famílias; e a Disciplina consciente, projeto que trabalha valores e princípios éticos, reforçando a honestidade  e o companheirismo. 

A mensalidade atual para o 3º ano do ensino médio é de R$ 2.815. O Pódion tem 430 estudantes no ensino médio; e 400 no fundamental. No 3º ano, são cerca de 138 este ano (no ano passado, eram 142). Os alunos de ensino médio têm aulas das 7h15 às 16h30 de segunda à quinta; e das 7h15 às 13h na sexta — com exceção dos jovens do 3º ano que, a partir do segundo semestre letivo, ficam no colégio até as 16h30 todos os dias. É uma carga bastante pesada para adolescentes, mas George explica que tudo é trabalhado de modo que eles entendam que todo o esforço é para o sucesso deles próprios.

“Trabalhamos com planejamento de estudos individual para cada aluno. Esse é um diferencial. Além disso, demonstramos carinho e damos apoio emocional para cada um”, afirma. “Eles ficam muito aqui dentro, então tomamos muito cuidado: não queremos que eles sejam máquinas de resultados. Queremos que eles entendam o propósito disso tudo, que é para o futuro deles”, completa. A média dos alunos do Pódion na redação do Enem de 2018 foi de 841,43, o que se deve, segundo George, a uma preparação focada.

“A maioria das universidades que usa o Enem como método de ingresso valoriza muito a redação que, têm, às vezes, até um peso maior. Como somos uma escola que pretende colocar estudantes nas melhores universidades, precisamos dar atenção especial à redação”, explica. O coordenador também ressalta a importância dada a valores. “Mesmo com essa pegada conteudista, o colégio traz para eles o aprendizado de ser honesto consigo mesmo, de não enganar a si e aos outros”, diz.

Isso é colocado em prática por meio do projeto Disciplina consciente. Algumas das atividades incluem as provas bimestrais, que são feitas sem a presença de professor, bedel ou fiscal na sala, contando com a ética do corpo discente. “Assim a gente conscientiza os alunos de que a prova não é para a escola, é feedback para o estudo deles.” Também há outras iniciativas, como uma máquina de picolé colocada no pátio, da qual os alunos se servem sozinhos. 

“Eles colocam dinheiro, pegam troco… A gente contabiliza e mostra os resultados para eles”, conta. “Estamos num país com estereótipo de corrupção, então ficamos mais do que satisfeitos de ver a honestidade dos alunos, de ver que eles estudam porque entendem o propósito dos estudos”, comemora. O colégio também tem uma copa esportiva e eventos culturais, como a festa junina, que ocorre na casa do dono da escola. “Então, existe uma proximidade com os alunos e as famílias.”

 




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