Tivemos uma narrativa, hora negada, hora exaltada, do "acordo" para melhorar o projeto de achatamento do plano de carreira do Magistério.

Eu sempre me perguntei com o que o sindicato entraria num acordo, se não tem deputados na Assembleia. Os Deputados que temos lá que defendem a categoria, os de oposição ao governo Eduardo Leite, tão pouco obedecem à direção do sindicato. Ainda bem, não titubearam em denunciar as manobras para aprovação.

Os Deputados da base do governo usaram uma suposta negociação (houve ou não houve?), com participação da presidenta do CPERS para limpar a sua imagem, se colocando como aqueles que conseguiram amenizar a proposta cruel do governo.

Como amenizaram? Garantiram que uma parcela de irredutibilidade, que soma basicamente os triênios acumulados pelas servidoras e servidores, não seria descontado futuramente.

Deputados e direção do sindicato (eu fazia parte na época) sairam comemorando, que garantiriam "no futuro" reajustes para a categoria dentro do Piso.

Deputados foram poupados, enrolaram a direção e o sindicato por 2 anos prometendo tentar conquistar reajuste para funcionários e outras coisas. A direção do sindicato (maioria) se re-elegeu, fazendo 44% dos votos e uma campanha centrada na despolitização, na bandeira do "diálogo" do sucesso da "negociação", desconsiderando a realidade de impossibilidade de diálogo com governos como os que temos.

No primeiro ano que se passou o governo federal manobrou e não teve nenhum reajuste no Piso Nacional. Tão pouco o governo do Estado teve qualquer boa vontade em conceder. Agora, no segundo ano, o governo desmonta (???) o "acordo" que fez com os deputados da base do governo.

Vale, na prática, o projeto original do governo Eduardo Leite, congelar para sempre o salário de aposentadas e aposentados, punindo aqueles com mais tempo de carreira a pagarem o próprio reajuste, descontando de parcela de "irredutibilidade" (nome curioso para uma parcela que o governo vai reduzindo).

E nas redes sociais uma parcela grande de colegas ainda não entendeu, não sabe com quanto vai ficar, não sabe como isso aconteceu e, como na imagem, acreditam na capacidade do diálogo, sem força, do sindicato, que abriu mão da sua principal força, que é a denúncia e a mobilização.

Em quem você votou para governador? E para Deputados? E para a direção do sindicato?