Desromantizar para humanizar

Desromantizar para humanizar

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Desromantizar para humanizar, afinal a mulher nasce pra ser o que ela quiser.

“Mãe é uma mulher santa, perfeita, forte, que tem tempo pra tudo mesmo com uma jornada dupla ou tripla de trabalho, uma heroína!” É preciso trabalhar na desconstrução dessa ideia e localizar a mulher que tem dentro de cada uma dessas mães cuja forma de maternar se distingue, ser mãe não é instintivo. E não existe essa de que “toda mãe é igual”.

Mãe é um ser humano e que sofre, que tem suas angústias, medos e vive a pressão da cultura machista, opressiva , de classe que nos remete a ser vistas como cuidadoras e nesse sentido aquelas que suportam tudo e que tem que se manter na pose da perfeição.

Um dia realmente memorável enquanto homenagem mas lamentável na sua prática mercadológica, na expectativa de homenagear aquelas que são ou que deveriam ser esse símbolo de perfeição construída como normativa.

Somos de carne, osso, sentimentos, vivências e condição diferentes. Mães solo, mães adotivas, mães de útero, mães avós , mães tias, mães de consideração , mãe pretas, mães brancas que estão sempre tentando dar conta de ser aquilo que sentem ser, mães!

Carregando cada filho ou filha no coração e buscando dar o melhor de si nessa tarefa divina de amar.

Nós feministas defendemos que as mulheres podem e devem ser o que quiserem, inclusive mães. E no formato que decidirem também .

Ser mãe não é o trabalho mais difícil do mundo mas a sociedade Machista, capitalista e racista colabora diretamente para que seja um trabalho árduo e não remunerado. A função social do ser mãe sequer é levado em conta pelo Estado aniquilador de direitos. A falta de equipamentos sociais para que os filhos sejam criados pelas famílias e pelo estado são escassos e as mães se desdobram involuntariamente para dar conta e seu trabalho é invisibilizado, é computado como uma obrigação da mulher.

Da mulher explorada todos os dias com as milhares de tarefas que ao final é romantizado com a frase “ser mãe é padecer no paraíso” . Um absurdo!

E na pandemia vimos intensificar a exploração, falta de cuidado e a falta de perspectivas acerca de políticas públicas para as mulheres rumo à igualdade em direitos, de trabalho, de participação e de combate à violência . Os piores índices tem as mulheres a sua frente, sobretudo na mortalidade materna .

Que possamos continuar resistindo e lutando pra construir um mundo de igualdade. Onde o amor, a sensibilidade, a força estejam presentes em todas as pessoas.




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