Dia do Combate ao Trabalho Escravo
28 de Janeiro: Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo
A abordagem sobre a escravidão “moderna” em "7 Prisioneiros" traz também, além do racismo e da xenofobia, a aporofobia, o descaso com os pobres, com as pessoas que precisam sobreviver e que ao serem exploradas se deparam com a indiferença e um sistema corrupto voltado contra si.
Neste contexto é que se encontra Mateus, jovem negro de família humilde que se desloca com um grupo do interior para São Paulo, recrutado por um traficante de pessoas e jogado em um ferro-velho.
Sendo o mais perspicaz de todos, vai tomando consciência da condição em que se encontra.
Num primeiro momento, a resistência, depois, uma reflexão das circunstâncias que o envolvem e como se valer de sua inteligência para criar um ambiente de confiança mútua com o proprietário que os mantém na condição de prisioneiros, numa situação de trabalho análogo à escravidão.
Ao imergir no mundo de seu algoz, passa a se deparar em um dilema ético entre a fidelidade aos seus companheiros ou a nova condição dentro de uma organização criminosa que envolve o Estado (corrupto de um lado através da polícia e ineficiente de outro como no caso da fiscalização), a política e o vislumbre de uma vida melhor para si e as suas duas irmãs e mãe.
O fim parece demonstrar que a adaptação ao submundo (tráfico humano) pode trazer de forma pragmática vantagens sociais e econômicas que a sociedade (a qual, nesse contexto, podemos associar a um imenso ferro-velho) seria incapaz de lhe conferir de forma honesta.
Seria Mateus um capitão-do-mato moderno?
Quem é o juiz?
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