Dia duro hoje

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Dia duro hoje

Gregório Grisa

O presidente comemorou como vitória política a morte de um voluntário de uma vacina, que, na verdade, se suicidou. Como alguém comemora a suspenção de testes de uma vacina? Suspensão pela Anvisa está sendo questionada por Comitê Internacional Independente que pede prosseguimento dos testes.

Não satisfeito, resolveu discursar. Segundo a sofisticada avaliação do presidente da república, as pessoas não querem voltar ao "normal" porque são "maricas". Não é porque mais de 165 mil pessoas já morreram (subnotificado), porque não se soube rastrear e controlar a doença e o contágio se mantêm em níveis elevados.

Depois, ao falar declaração do presidente eleito dos EUA sobre a Amazônia, disse que "quando acabar a saliva, tem que ter pólvora". Vai declarar guerra?

O discurso do presidente é uma cartilha do homofóbico.

- Desrespeita milhares de mortos e seus familiares, insinua que se proteger do vírus é um ato de covardia, o ligando a população gay através de termo pejorativo.

- Expõe a frágil masculinidade falando em "pólvora".

Há uma massa crítica, de várias perspectivas políticas, que sabia o que se enfrentaria em um governo Bolsonaro. Saber não significa que não se deva denunciar e se indignar a cada absurdo feito ou dito. As falas de hoje do presidente são um despautério.

Não serão 4 anos perdidos, mas sim de destruição dos patamares de civilidade e cidadania.

 

Gregório Grisa - https://www.facebook.com/gregoriogrisa 

 

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Coronavac: Morte de voluntário durante testes não tem a ver com vacina

Informação foi obtida com exclusividade pelo Jornal da Tarde nesta terça (10)

10/11/2020




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