Dia Internacional Contra a Discriminação Racial

Dia Internacional Contra a Discriminação Racial

21 de Março, Dia Internacional Contra a Discriminação Racial.

Esta é uma importante data que reforça a luta contra o preconceito racial em todo o mundo. A eliminação de qualquer tipo de discriminação é um dos pontos centrais da Declaração Universal das Nações Unidas e visa conscientizar a população a acabar com qualquer referência ao racismo e discriminação racial.

Cine Educa apresenta três filmes capazes de contribuir com o tema. Erga o braço e o punho, curta a página, a publicação e deixe seu comentário antirracista.

Filmes: JUDAS E O MESSIAS NEGRO; OS PANTERAS NEGRAS e TODO O PODER PARA O POVO – Outros(as) panteras.

Oakland, Chicago, Los Angeles, Seattle, Denver.... São muitas as Wakandas nos Estados Unidos. Bem como no Brasil, se preferirem. Diferentes da ficção de super-heróis, nestas Wakandas existiam bairros negros segregados e atormentados pela prática terrorista da polícia. Mas lá, em meados da década de sessenta e início de setenta, também viveram outros super-heróis, de verdade, militantes revolucionários, defensores de uma sociedade mais justa e igualitária, socialista, integrantes do Partido dos Panteras Negras. Três filmes ajudam a compreender este período, mostrando que a luta vai além de Malcolm X ou Martin L. King. O primeiro é o concorrente ao Oscar deste ano: “Judas e o Messias Negro”, o qual conta a história de um lutador da causa afro-americana, Fred Hampton, e o seu algoz e traidor do movimento. Muitas referências a personalidades defensoras dos direitos civis, aqui já citadas. Mas também, uma homenagem a muitos anônimos para a história. Sabemos de antemão que Fred Hampton será assassinado em sua casa, invadida pelo FBI, na época comandado por Hoover, já que se trata de um roteiro baseado em fatos reais, mas o clima de tensão criado pelo filme é incrível. Os Panteras não tinham por princípio o simples combate ao branco, mas o combate ao sistema capitalista opressor que relegava a massa de trabalhadores(as), de qualquer origem, a mais absoluta marginalidade. É impressionante sua entrada em um evento de migrantes sulistas com a bandeira confederada ao fundo para falar das mazelas comuns que os excluíam de uma vida digna. A aliança com outros movimentos para atender crianças da periferia, procurando fornecer alimento, educação e moradia, diante da total falta de presença do Estado. Aliás, a única forma do Estado se fazer presente era através da polícia, para matar. Neste caso, era uma verdadeira terra sem leis para as ações inescrupulosas do FBI. “Vamos combater o capitalismo com o socialismo. Eu sou um revolucionário. Podem matar os revolucionários, mas não eliminarão a revolução”. Que venha o Oscar!

“Os Panteras Negras (Panther)”, filme de 1995, conta toda a trajetória do Partido desde seus fundadores: Bobby Seale, Huey Newton (famoso pela foto sentado com a arma em uma das mãos e uma lança em outra e símbolo africanos dos lados) se depois Bobby Hutton, em 1967, na cidade de Oakland, hoje muito atuante no movimento Black Lives Matter. Imagens de arquivo resgatam a disputa entre duas propostas de luta personalizadas em MLK e Malcolm X. Traz as motivações da criação do movimento. Os embates contra o tráfico, a corrupção e o nascimento da ideologia de esquerda, socialista. A forma de organização, arrecadação de fundos, o lado assistencial e a decisão de estudarem as leis em legítima defesa pelas armas. O ingresso das mulheres no Partido é outro ponto de destaque. A batalha política institucional marcada pela invasão à Assembleia Legislativa (onde se debatia a lei Mulford, que visava desarmar o movimento) de Sacramento levou seus ativistas a prisão (passaram ao lado de um evento onde estava o então governador Ronald Reagan), mas também espalhou a sua proposta política para diferentes cantos dos EUA e até no exterior, contando inclusive com uma imprensa própria (Eldridge Cleaver) sob inspiração marxista e maoísta. Se juntam a outros movimentos, como aos contrários a Guerra do Vietnam (vide Os Sete de Chicago). Por fim, conclui com a brutal repressão do FBI (atacando e destruindo sedes do Partido) e a associação do órgão com a máfia para introduzir drogas (heroína) em grande quantidade em bairros negros (que depois se espalharam pelos EUA), semeando o tráfico, a discórdia interna (com infiltrantes) e minando as ações sociais. Somente Bobby Seale ainda está vivo hoje, aos 84 anos.

Porém, se quiserem uma história completa, assistam o documentário All Power to the People! (The Black Panther Party and Beyond) de 1996, lançado aqui como, “Todo Poder para o Povo”. Bela reconstituição histórica com imagens e vídeos de arquivos, trazendo depoimentos, além do próprio Seale, de ex-panteras, ex-agentes da CIA, personalidades ligadas ao ativismo e estudiosos do movimento. O filme tem por base tentar explicar as razões dos distúrbios raciais de 1992 em Los Angeles, recorrendo a acontecimentos pretéritos e abordando a trajetória do Black Panther Party. Braço e punho erguido, pois mais de 50 anos depois, a luta contra o racismo e pela igualdade de direitos e tratamento social e político continua viva.

Sinopses:

- JUDAS E O MESSIAS NEGRO - Judas e o Messias Negro é a história de ascensão e queda de Fred Hampton (Daniel Kaluuya), ativista dos direitos dos negros e revolucionário líder do partido dos Panteras Negras. Um jovem proeminente na política, ele atrai a atenção do FBI, que com a ajuda de William O’Neal (LaKeith Stanfield) acaba infiltrando os Panteras Negras e causando o assassinato de Hampton. Direção: Shaka King. 2021.

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- OS PANTERAS NEGRAS - Oakland, Califórnia, 1967. Huey Newton (Marcus Chong) e Bobby Seale (Courtney B. Vance) são amigos, que formam um novo partido dedicado em proteger os negros das violentas arbitrariedades dos policiais brancos. O Partido dos Panteras Negras de Autodefesa dá almoço grátis para as crianças, educa a comunidade afro-americana em se conscientizar dos seus direitos, faz o que pode para tirar das ruas os traficantes de drogas e enfrenta a polícia de Oakland (que é extremamente racista) quando desrespeita os direitos civis dos negros. O partido faz tudo isto sem transgredir alguma lei. Logo brancos conservadores começam se sentir incomodados e planejam se livrar desta "ameaça", mesmo que tenham de desrespeitar a lei. Direção: Mario Van Peebles. 1995.

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- TODO O PODER PARA O POVO - O documentário foi concebido após as revoltas negras de Los Angeles, ocorridas em 1992, quando a impunidade da violência policial sobre o povo negro gerou quatro dias de levante massivo, com mais de 7 mil imóveis incendiados e 53 mortos. Enquanto a TV anunciava os estragos de mais de um bilhão de dólares, o documentarista Lee Lew-Lee decidiu se perguntar qual foi o verdadeiro dano histórico que provocou aquela explosão. O resultado é o resgate audiovisual de uma experiência profundamente consistente de organização e luta negra. O filme parte do movimento de não-violência pelos direitos civis, que lutava pela integração do negro à sociedade estadunidense. Essa linha não garantiu profundas transformações. Enquanto caía a credibilidade do método não-violento, outra proposta ia se desenhando. Nas palavras de Malcolm X: “sejam não-violentos apenas com aqueles que forem não-violentos com vocês”. Direção: Lee Lew-Lee. 1996.

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