Discursos de ódio e fake news na Justiça
Discursos de ódio e fake news começam a pagar na Justiça
Decisões do judiciário têm penalizado autores de ataques de ódio e fake News. A decisão mais recente foi do STF por ataques sofridos pela família de Chico Buarque
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 6 de maio de 2022
Não existe mais possibilidade de recursos nessa, que é mais uma sentença que tem demonstrado que os discursos de ódios e fake news nas redes sociais começam a pagar suas contas na Justiça.
Além da indenização direta à família, Pedrosa ainda será obrigado a publicar a sentença no seu perfil pessoal do Instagram e nos jornais Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo.
O antiquário já tinha histórico de ataques à neta da ex-presidente Dilma Rousseff. A empresária Rosangela Lyra postou uma foto da então presidente Dilma Rousseff com seu neto recém nascido no colo. A empresária pedia bênçãos para a criança e criticava o “momento de ódio exacerbado”. Pedrosa escreveu: “Maldita até a sétima geração!!!”. Ele foi Procurado pela Folha de São Paulo para falar do assunto e disse na ocasião que não tinha “nada a comentar”.
O ministro relator da ação, Luis Felipe Salomão, considerou o recurso inviável e, no acórdão, deixou claro o a procedência da sentença. O antiquário uma semana após Chico Buarque ter anunciado que o iria processar pediu desculpas e disse que as ofensas foram motivadas por “sua associação ao PT e ao MST”.
Mamãe recursei
No próximo dia 12, será a vez da 19ª Câmara Cível do Rio julgar um recurso do ex-deputado Arthur do Val, o Mamãe Falei. Ele já está condenado em segunda instância por difamar o deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ), mas questiona a indenização de R$ 60 mil.
O integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) utilizou seu blog e outros canais da internet em 2016 para dizer que Freixo teria “desviado dinheiro arrecadado com o projeto Somos Todos Amarildo para financiar sua campanha à prefeitura do Rio.
O ex-parlamentar teve áudios de uma recente viagem à Ucrânia vazados à imprensa onde afirmava que as mulheres ucranianas eram fáceis por serem pobres.
Cartilha de OlavoNos últimos meses, uma série de sentenças estão recaindo sobre fake news e as ditas manifestações de ódio que começaram a tomar contas das redes entre os anos de 2014 e 2015, coincidentemente com a ascensão da chamada nova direita nos Estados Unidos com Donald Trump e, no Brasil, com a campanha de Jair Bolsonaro à presidência da República.
Influencer condenada
No entanto, a mais emblemática condenação se deu sob um dos que foi considerado um dos principais mentores da utilização das redes sociais no Brasil para ofensas e disseminação de notícias falsas.
Olavo de Carvalho, o autointitulado filósofo morreu em janeiro passado devendo R$ 2,9 milhões de indenização ao cantor e compositor Caetano Veloso. A conta ainda pode ser cobrada dos herdeiros de Carvalho.
O ex-astrólogo foi derrotado em todos os recursos e continuava recusando a pagar a indenização da ação se iniciou em 2017 quando publicou em suas redes sociais que o artista era um “pedófilo”. Na condenação, Olavo ainda teria que retirar das redes sociais as postagens feitas em novembro de 2017 contra o cantor. A ordem deveria ser cumprida em 48 horas, sob pena de multa diária de R$ 10 mil, mas Olavo nunca retirou a postagem. Deixou a conta para a família.
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