Distribuição de lucros da Petrobrás

Distribuição de lucros da Petrobrás

Lima: "Dívida aumentou, mas gestores da Petrobrás distribuem todo o lucro da Companhia"

Publicado em 04/11/2022.  Escrito por  Rogerio Lessa

Venda de ativos não é para pagar dívida

 

Lima:

 

A diretoria da Petrobrás culpa o endividamento pela venda ativos lucrativos e estratégicos, mas no terceiro trimestre deste ano a dívida líquida da companhia aumentou em US$ 13 bilhões e todo o lucro foi distribuído a acionistas, quando o padrão mundial é de no máximo 25%.

A ponderação é do engenheiro PhD na área de petróleo pela Universidade de Cranfield (Inglaterra) Paulo César Ribeiro Lima. Ele argumenta que também a geração de caixa apresentou variação negativa de US$ 12,4 bilhões na comparação com o trimestre anterior. "E a empresa ainda emitiu títulos da dívida. Não há nenhuma justificativa plausível para tanto", frisa Lima, acrescentando que, embora em menor ritmo, o endividamento bruto também cresceu, de US$ 53,6 bilhões para US$ 54,3 bilhões. 

Geração de Caixa

Caixa   

Geração de caixa US$ 12 bilhões a menos que no trimestre anterior          
Fonte: Petrobrás


O especialista observa que, neste ritmo, em 2022 a Petrobrás terá distribuído R$ 180 bilhões em dividendos a acionistas, maioria na bolsa de Nova Iorque, o que representa metade de seu valor de mercado. Para Lima, a principal bandeira para defesa da empresa é a recompra das ADRs negociadas em Wall Street, para que se possa inverter a lógica especulativa e de curtíssimo prazo. "A distribuição de dividendos se dá em detrimento do investimento, comprometendo seriamente o futuro da companhia".

A AEPET tem denunciado que a atual política de distribuição de dividendos é insustentável e se dá em detrimento dos investimentos, comprometendo inclusive a manutenção das reservas e a produção de petróleo. Além disso, a atual diretoria vende ativos lucrativos rentáveis e resilientes às oscilações do preço do petróleo, como afirma o vice-presidente Felipe Coutinho.

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Veja também trecho de entrevista de Felipe Coutinho, para a TV 247, em que explica os motivos pelos quais os dividendos pagos pela Petrobrás, em 2021 e 2022, comprometem o futuro da empresa.

 

 

https://www.aepet.org.br/w3/index.php/conteudo-geral/item/8419-lima-divida-aumentou-mas-gestores-da-petrobras-distribuem-todo-o-lucro-da-companhia?fbclid=IwAR16_Om51ypB4MQEg0UeG8rYJWecHXp-0jF1XyjKlqvA_-iLhMmvBfkPm6s 

 

 

 

 

Bacelar: "Lucros da Petrobrás serão reinvestidos, não mais destinados a pagamento de dividendos"

"Elevados lucros foram resultado da equivocada PPI"

Publicado em 25/11/2022.  Escrito por  Rogerio Lessa

 

Em entrevista ao jornalismo da AEPET, o presidente da FUP e integrante da equipe de transição do governo eleito, Deyvid Bacelar, garantiu que, na gestão de Lula, os lucros serão reinvestidos, ao invés de integralmente destinados a pagamento de dividendos de acionistas. "A Petrobrás retomará investimentos que foram abandonados, como em refinarias, energias renováveis, biocombustíveis, fertilizantes. A futura administração da Petrobrás terá compromisso com o fortalecimento da maior empresa do país, fazendo com que ela volte a cumprir função social, que seja engajada no desenvolvimento regional e nacional do Brasil".

Bacelar frisou que será deixado para trás o "pesadelo dos últimos quatro anos", em que fatiaram a empresa, com a venda de ativos estratégicos, reduziram suas atividades e se concentraram na produção e exploração do pré-sal, em detrimento de demais segmentos da Companhia.

No atual governo, o alvo principal da empresa foi a geração de altos lucros, para a garantia de distribuição de mega dividendos a acionistas, sobretudo acionistas privados internacionais. A meta foi usar resultados financeiros para pagar dividendos, ao invés de ampliar investimentos. Ao contrário. Os investimentos caíram.

PPI

"Elevados lucros e dividendos foram resultado da equivocada política de preço de paridade de importação (PPI), com reajustes dos combustíveis seguindo as cotações internacionais do petróleo, variação cambial e custos de importação, mesmo o Brasil sendo autossuficiente em petróleo. Conclusão: os preços dos combustíveis atingiram níveis recordes, penalizando os mais pobres e fazendo disparar a inflação".

Faltando poucos dias para o fim do atual governo, a gestão da Petrobrás não perdeu tempo: Anunciou a distribuição de dividendos relativos também aos resultados do terceiro trimestre do ano, no valor de R$ 43,7 bilhões, totalizando R$ 180 bilhões em recursos aos acionistas em 2022. O montante de dividendos supera o lucro da empresa nos noves meses do ano, de R$ 145 bilhões. "Uma verdadeira sangria da empresa", resume o petroleiro.

Entrevista: Rogerio Lessa

https://www.aepet.org.br/w3/index.php/conteudo-geral/item/8485-bacelar-lucros-da-petrobras-serao-reinvestidos-ao-inves-de-integralmente-destinados-a-pagamento-de-dividendos 




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