EAD, mais da metade das matrículas

EAD, mais da metade das matrículas

EAD já responde por mais da metade das matrículas realizadas em instituições privadas

Dados são de um estudo realizado pelo grupo SoU Ciência - Centro de Estudos Sociedade, Universidade e Ciência, da Unifesp

Ensino a distância cresceu no Brasil durante pandemia do novo coronavírus, que causa a Covid-19

Ensino a distância cresceu no Brasil durante pandemia do novo coronavírus, que causa a Covid-19Foto: Divulgação/MCTIC

Nathalia Barbosa da CNN    29/07/2022

 

Os dados foram apresentados nesta sexta-feira (29) em um Painel que compilou informações dos últimos 20 anos do cenário educacional público e principalmente privado do país, com o objetivo de pensar a educação superior no Brasil, suas ciências e tecnologias e seus financiamentos.

De acordo com o levantamento, o Brasil aumento em 5 vezes o número de vagas em universidades nos últimos 20 anos. Em 1995, 60% das matrículas estavam concentradas e instituições privadas; em 2020, este número cresceu para quase 80% (79,5%).

O interesse das universidades também foi analisado no painel, que considerou o fato de que até 1996 as universidades não podiam ter fins lucrativos; realidade que mudou no ano seguinte. Dessa forma, a partir deste momento, o número de matrículas em instituições privadas estava muito mais concentrado nas que tinham fins lucrativos.

O comportamento dos estudantes seguiu se transformando ao longo do tempo e se está refletido atualmente. Antes da pandemia, um movimento chamou a atenção dos pesquisadores, que perceberam que já existe uma forte migração da adesão de cursos presenciais para cursos à distância.

Em 2020, por exemplo, 80% das matrículas realizadas foram em instituições privadas, 62% aconteceram em apenas 10 grandes grupos educacionais; 60% dessas matrículas foram em cursos à distância; 47% dos estudantes que se matricularam estudaram em cursos EAD com ENAD conceito 1 e 2; e quase metade deles desistiu com menos de 2 anos letivos.

A conclusão que a pesquisadora Maria Angélica Minhoto, coordenadora do SoU Ciência e responsável pela coleta e análise dos dados, é que essas universidades que formam esses grandes grupos educacionais atraem alunos com mensalidades super baixas e estes, por sua vez, se endividam e desistem do curso.

Outro ponto é que em muitos casos, esses grupos fazem a aquisição de várias instituições, para ganhar prerrogativa da autonomia universitária e abrir cursos sem autorização do MEC.

“O MEC precisa ter uma atuação de monitoramento e fiscalização dessas instituições. O Brasil já é um dos países com maior número de instituições de ensino superior privadas do mundo. E se faz necessário que se repense esse comportamento de atender as necessidades do mercado financeiro mais do que as necessidades educacionais”, provoca a docente.


https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/ead-ja-responde-por-mais-da-metade-das-matriculas-realizadas-em-instituicoes-privadas/ 




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