Educação em tempo de crise

Educação em tempo de crise

Educação pode dar salto de qualidade em período de crise econômica

Em debate promovido pelo UM BRASIL, especialistas analisam reforma educacional feita em Portugal entre 2011 e 2015 e discutem como os problemas nacionais podem ser resolvidos.

Períodos de crise econômica podem servir de oportunidade para o avanço da educação. Foi o que ocorreu em Portugal entre 2011 e 2015. Em encontro promovido pelo UM BRASIL, o matemático português Nuno Crato conta como reformou o sistema português no período em que esteve à frente do Ministério da Educação.

“Entramos [no ministério] em um momento de grande dificuldade financeira em que o país essencialmente estava falido e conseguimos fazer mais com menos. O que nós fizemos não tem muito mistério. Nós pudemos ajudar os professores a ser exigentes com seus alunos. Estabelecemos metas mais avançadas e momentos de avaliação e tentamos ter bons manuais escolares e bom material de apoio ao professor”, lembra Crato.

A implementação de um currículo focado nas disciplinas essenciais também auxiliou na queda do índice de abandono escolar – de 25% para 13,7% – e nos satisfatórios resultados em Matemática alcançados pelos alunos da quarta série, superiores aos da Finlândia — um exemplo mundial em sistemas educacionais.

Ao analisar o caso brasileiro, a diretora da Escola Municipal Professora Coraly Júlia Gonçalves Carneiro, Adriane Gallo Alcantara da Silva, aponta que o papel do diretor é fundamental no avanço da educação. “O diretor não pode ser de gabinete. Ele tem de cuidar da parte administrativa, mas tem que sair na escola e conversar com as pessoas. Tem de conhecer o meio de trabalho da escola, envolvendo todos, num único objetivo comum que é a aprendizagem dos alunos”, aconselha.

Na conversa, o professor de História da Escola Estadual Alfredo Dohr Di Gianne de Oliveira Nunes criticou a forma como a educação é tratada pelos políticos e falou da falta de continuidade das boas práticas já implementadas. “As políticas públicas chegam a atrapalhar. Não existe um projeto de início, meio e fim. A dificuldade de uma reforma é muito grande porque não vai ter resultado da noite para o dia”, critica.

 

https://www.huffpostbrasil.com/entry/educacao-qualidade_br_5cc70edee4b0f762676c0366v 




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