Educação: quando vamos acordar?

Educação: quando vamos acordar?

Educação: quando vamos acordar?

Entre os principais desafios que impedem o Brasil de ocupar uma posição melhor está o de garantir acesso à educação pública de qualidade. No passado, tentava-se apenas garantir o acesso, deixando em segundo plano a questão da qualidade.

MOZART NEVES RAMOS  06/07/2023

 

 (crédito: Maurenilson Freire)
(crédito: Maurenilson Freire)

 

Na 35ª edição do relatório produzido pelo International Institute for Management Development (IMD), que traz o ranking da competitividade mundial mensurada em 64 países, o Brasil ficou em 60º lugar, à frente apenas da África do Sul, da Mongólia, da Argentina e da Venezuela. Esses países são os que apresentam problemas institucionais ou estruturais ainda não resolvidos e que os impedem de progredir de maneira contínua. Por seu lado, os cinco primeiros países nesse ranking foram Dinamarca, Irlanda, Suíça, Singapura e Holanda, pois são aqueles considerados com as melhores condições de crescimento próspero. A Irlanda foi um dos principais destaques desta 35ª edição. O país subiu da 11ª posição no ano passado para a segunda posição. Outros destaques são a Indonésia, que registrou o maior aumento (de 44ª para 34ª), e a Letônia, a maior queda (de 35ª para 51ª).

Segundo esse relatório, entre os principais desafios que impedem o Brasil de ocupar uma posição melhor está o de garantir acesso à educação pública de qualidade. No passado, tentava-se apenas garantir o acesso, deixando em segundo plano a questão da qualidade. No novo cenário mundial, a qualidade é condição sine qua non, sem a qual não vamos longe; estaremos alijados de ocupar posições de destaque em qualquer dos principais rankings mundiais tanto de competitividade quanto de quaisquer outros nos quais a educação ocupe papel central, tais como sustentabilidade e inovação.

Um detalhe importante: os cinco melhores nesse ranking da competitividade estão entre os 20 melhores países (excluindo aqui os resultados de cidades chinesas, como Xangai e Hong Kong) no ranking do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), coordenado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Como disse, no passado, olhava-se para os anos de escolaridade, pois há uma relação clara entre esse indicador e o Produto Interno Bruto (PIB) per capita dos países — não é uma relação linear, mas, sim, exponencial, que se torna mais acentuada a partir dos oito anos de escolaridade. Isso implica a necessidade de concluir não só o ensino médio, mas também o ensino superior.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnadc), 2019, do IBGE, mais da metade das pessoas de 25 anos ou mais não completaram o ensino médio em nosso país. No Nordeste, três em cada cinco adultos (60,1%) não completaram o ensino médio. Mas o problema maior está na qualidade do aprendizado — dos que concluem, apenas cinco de cada 100 aprenderam o que seria esperado em matemática na rede pública de ensino em 2021 (QEdu.org.br).

FONTE:
https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2023/07/5107051-educacao-quando-vamos-acordar.html 




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