EM DEFESA DA ESCOLA

Jaqueline Moll

O maior de todos os sinais do declínio civilizatório, que estamos vivendo, foi dado ontem pela aprovação do projeto de educação domiciliar pela Assembléia Legislativa do RS. Votação apertada que demonstra que ainda existe lucidez.

A ESCOLA foi e é, no desenvolvimento do mundo ocidental, o grande espaço democratizador das oportunidades sociais e garantidor da possibilidade de vivermos juntos com todas as nossas diferenças.

Abrir mão da escola e, sobretudo, da responsabilidade do poder publico em sua manutenção e financiamento, significa apostar em uma sociedade de ghetos na qual os conflitos e violências, que já são expressivos, tenderão a ampliar-se.

Mais grave ainda em um país como o Brasil que nunca chegou a concretizar um projeto pleno de educação para o conjunto da população, apesar de ter caminhado nesta direção nos períodos de vitalidade democrática.

Com esta proposição e muitas outras, como o fechamento de mais de 90 mil vagas no ensino médio nos últimos 10 anos, o fechamento de escolas, turmas e turnos, o estrangulamento da educação de jovens e adultos privados da escolaridade na infância, a desvalorização da Universidade Estadual, o RS desponta como a vanguarda do atraso no campo da educação, adensando as vozes do retrocesso, neste triste hiato de atraso que vive a sociedade brasileira.

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