Enade traz alerta sobre o EAD
Enade traz alerta para ensino a distância, diz ministro
Rossieli Soares defendeu a modalidade como forma de inclusão, mas afirmou que qualidade precisa ser observada
O ministro da Educação, Rossieli Soares da Silva, alertou para notas do ensino a distância no Enade
Foto: Givaldo Barbosa - 30/08/2018 / Agência O Globo
O ministro da Educação, Rossieli Soares, disse que o ensino superior a distância tem se revelado uma possibilidade de inclusão no país, mas que é preciso monitorar a qualidade, ao divulgar os dados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) nesta terça-feira.
— A EAD tem sido inclusiva para um público de forma importante no nosso país. Contudo, observamos que temos que acompanhar na questão da qualidade. Tivemos uma concentração no conceito 3, que é razoável, mas também no conceito 2, que é um alerta — disse.
O Enade tem conceitos de 1 a 5, do pior para o melhor desempenho. Enquanto 6,1% dos cursos presenciais ficaram com a melhor média ( nota 5), apenas 2,4% dos cursos a distância tiveram a mesma menção. Com o pior desempenho (nota 1), foram 4,9% das formações presenciais contra 6,3% dos cursos a distância.
O ministro alerta, porém, que comparar as notas dos cursos presenciais e a distância não é tão "simples assim", devido a diferenças gritantes entre os alunos das duas modalidades.
— Temos claramente públicos prioritariamente distintos buscando as duas modalidades. Vimos que os mais jovens estão em muito maior número na educação presencial, são solteiros, no início da vida. No EAD é a pessoa que está mais estabilizada, trabalhando e quer crescer na carreira — afirma.
Segundo os dados socioeconômicos dos participantes, quase 36% dos alunos em cursos a distância têm renda e ainda ajudam no sustento da casa, sinalizando que são pais e mães de família. Na modalidade presencial, apenas 15,9% responderam o mesmo.
Enquanto 42,3% do ensino presencial afirmaram que não trabalham, a resposta foi repetida apenas por 20,4% entre os que estudam a distância. Na modalidade a distância, a proporção dos que trabalham 40 horas ou mais é de 46,6%, ante 30,6% dos alunos de cursos presenciais.
A edição do Enade cujos resultados foram divulgados nesta terça-feira avalia concluintes de bacharelados e licenciaturas em ciências exatas, licenciaturas, e áreas afins; e de cursos superiores de tecnologia de Controle de Processos Industriais, Informação e Comunicação, Infraestrutura e Produção Industrial.
Novos indicadores serão divulgados
Por enquanto, não haverá inspeções ou sanções aos cursos que obtiveram índices ruins no Enade. Isso só ocorrerá após a tabulação e divulgação do Conceito Preliminar de Curso (CPC) e do Índice Geral de Cursos (IGC). O Ministério da Educação (MEC) planeja divulgar os indicadores em novembro.