Enchentes... e repugnância

Enchentes... e repugnância

ENCHENTES, VÔMITOS E REPUGNÂNCIAS

Tau Golin 

 

Neste momento de tragédia, as pessoas se refugiam em suas crenças.

Chamam seus deuses, santos e entidades protetoras.

As manifestações de solidariedade são visíveis e necessárias.

A Defesa Civil fica verdadeiramente cidadã. A população não atingida participa das campanhas de doações.

Mas eu não deixo de pensar nas forças individuais, partidos políticos, bancadas etc., que estão associadas às tragédias da população.

Olho cada vez com mais nojo e ojeriza para governantes, empresas, bancadas e políticos que desmontam a já pouca legislação ambiental; aqueles que, no poder, não fiscalizam, incentivam e são coniventes com a destruição das matas ciliares, dos rios, lagoas e lagos, que gargalhavam em dólares com as queimadas e garimpos criminosos, que diuturnamente estimulam e criam leis para destruírem os biomas do país.

Nessa conjuntura de tragédia é preciso encontrar um tempo para também identificar os meliantes políticos, empresários e governantes – esses próceres da “elite” lúmpen -, que fazem parte da causa da catástrofe.

Eles sempre ficam com aquilo que imaginam que são os seus lucros, enquanto o povo vive as contínuas tragédias e o pagamento da conta, o dinheiro público ou privado que vai faltar para prover coisas fundamentais, como a educação, a saúde, a moradia etc.

Muitos deles, nesses momentos de desespero, estão na mídia e nas frentes de doação, ainda usando a desgraça, para acumular votos na próxima eleição.

Para estas pessoas não bastam análises abstratas. É preciso bem mais. Como demonstrar os efeitos corpóreos que eles provocam em nossas ânsias de vômito e repugnância ao ver e pensar em suas imagens.

Nem toda a água das enchentes são capazes de lavar todo o mal que eles provocam ao país...

 

Tau Golin

 

Via Andreia De Carvalho Pedroso




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