Enganados com o Novo Ensino Médio

Enganados com o Novo Ensino Médio

"Os alunos estão sendo enganados com o Novo Ensino Médio", afirma pesquisador e professor

Para Fernando Cássio, o novo modelo nega conhecimentos importantes como ciências, sociologia e filosofia

24 de Janeiro de 2022 

 

                                 De segunda a sexta, sempre às 19h45 - Reprodução


Estamos falando de esvaziamento de currículo escolar para os mais pobres

O Novo Ensino Médio, que entra em vigor este ano, tem preocupado analistas da educação. A lei que obriga os 26 estados e o Distrito Federal a adotarem a nova modelo de ensino muda a carga horária e o modelo de aprendizado. Entre as principais mudanças, as disciplinas clássicas serão agrupadas por áreas de conhecimento com conteúdos que convergem entre si. Outra alteração é o tempo de permanência dos estudantes nas escolas, que passará de quatro para cinco horas diárias. A lei também prevê novos conteúdos de formação técnica e profissional.

De acordo com o Ministério da Educação (MEC), o objetivo destas mudanças é preparar os estudantes para o mercado de trabalho. Os defensores desse novo formato acreditam que o currículo tradicional, com foco no conhecimento mais geral, é o responsável pela evasão escolar e por complicar o acesso dos jovens ao mercado de trabalho.

O pesquisador de políticas educacionais e professor da Universidade Federal do ABC (UFABC), Fernando Cássio, avalia que o Novo Ensino Médio aumentará as desigualdades.

"Esses cursos técnicos e profissionalizantes que serão substitutos de matérias importantes como ciências, sociologia, filosofia, história, química não formam de forma sólida os estudantes. São cursos superficiais, de curta duração,  e são os estudantes mais pobres, que sempre tiveram pouco acesso a educação, que serão os mais prejudicados com esse esvaziamento do ensino", explica.

O analista, que participa do Entrevista Central, do programa Central do Brasil, também acredita que o estudante terá sua formação básica ainda mais esvaziada e que é preciso investir em políticas públicas que mantenham estes alunos nas instituições de ensino.

"O que causa esse fenômeno social de evasão escolar não é a quantidade de disciplinas, e sim a pobreza. O que tira o jovem da escola é a necessidade de trabalhar e não o currículo da escola. Precisamos melhorar as condições de trabalho dos profissionais de educação, a infraestrutura e pensar em políticas públicas que mantenham os estudantes nas escolas que são pressionados por questões econômicas e sociais a saírem da escola", defende.

E tem mais!

O quadro Nacional fala sobre o decreto presidencial que flexibiliza a proteção de cavernas no Brasil. A reportagem conversou com especialistas sobre as implicações ambientais e os possíveis interesses por trás das alterações das normas.

O editor do Boletim Ponto, Miguel Stédile, participa do Embarque Imediato, e fala sobre a costura entre os partidos de esquerda(PT, PSB, PCdoB e PSOL) sobre a montagem da federação partidária nas eleições deste ano.  

A edição desta segunda-feira(24) também registra o centenário de nascimento de Leonel Brizola, líder trabalhista que foi governador do Rio de Grande Sul e do Rio de Janeiro, além de um grande defensor da democracia. Na resistência contra o golpe de 1964, Brizola criou a Rede da Legalidade, um conjunto de emissoras que transmitiam os discursos do gaúcho em defesa da posse de João Goulart, como presidente da república, em 1961. O projeto é inspiração para o Central do Brasil


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Edição: Raquel Setz

 

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