Ensino Híbrido e Ensino Remoto
Além de colocar os estudantes como protagonistas, o Ensino Híbrido usa os recursos tecnológicos como aliados sem deixar de priorizar as interações nos momentos presenciais
Desde que o relatório do Instituto Clayton Christensen, lançado em 2018, mostrou 72% dos educadores brasileiros empenhados em buscar estratégias para um processo de ensino-aprendizagem personalizado, muita coisa mudou. Três anos depois, o Ensino Híbrido, que era considerado uma tendência para a educação global, tornou-se uma realidade mais próxima dos educadores. E em um contexto de pandemia, uma nova modalidade, o Ensino Remoto, também ganhou destaque. Mas afinal, qual a diferença entre as abordagens?
“O Ensino Remoto surgiu como uma estratégia de adaptação das atividades pedagógicas diante do fechamento das escolas. Já o Ensino Híbrido vem sendo estudado, no Brasil, desde 2013 e tem a dinâmica presencial como elemento fundamental, com objetivo de integrar recursos tecnológicos aos objetivos de aprendizagem”, explica Leandro Holanda, especialista em tecnologias educacionais.
Ainda que o Ensino Remoto tenha surgido como uma solução emergencial, Leandro aponta que a experiência dos educadores com os recursos digitais ao longo da pandemia pode ser muito rica para uma discussão de como continuar a trabalhar essa tecnologia na volta às aulas presenciais, mesmo diante da implementação do Ensino Híbrido.
“Trabalhar no ensino remoto não foi um movimento em vão. Mais importante do que reproduzir à risca modelos de ensino híbrido, é repensar a didática para transformar aulas e engajar os estudantes. Essas competências digitais podem abrir caminhos para organizar os conteúdos e priorizar as interações nos momentos presenciais”, reforça o especialista, que também é co-fundador da Tríade Educacional.
De educador para educador
Ouça a experiência de Leandro Holanda enquanto professor de Química que passou a aprofundar os estudos em tecnologias educacionais.
Lembrete!
Ensino Remoto e Ensino a Distância não são a mesma coisa! Diferentemente do primeiro, as aulas no EAD são assíncronas e os espaços de interação podem ser acessados através de canais de comunicação virtuais (e-mails, fóruns, tutores), de acordo com a disponibilidade do estudante. Além disso, o EaD é considerado uma modalidade mais estruturada, que pressupõe uma organização própria de currículo, materiais de apoio e de avaliação.
O que não pode faltar no Ensino Híbrido?
Além de colocar os estudantes como protagonistas do próprio processo de aprendizagem, Leandro Holanda destaca que a troca de experiências entre os educadores não pode faltar na implementação do Ensino Híbrido. Apesar da tecnologia desempenhar um papel importante, neste modelo a flexibilidade e a colaboração são os grandes diferenciais.
“Mesmo com as muitas demandas para o funcionamento de uma escola, é essencial criar uma comunidade de aprendizagem que passa primeiro pela equipe pedagógica. Chamar o professor para participar do processo de construção e se apropriar das estratégias, garante uma implementação mais efetiva e significativa para realidade das turmas”, recomenda o especialista.
Seja através de grupos de estudo, reuniões ou dinâmicas de co-criação, esses espaços podem ser criados para compartilhar o que está ou não funcionando para a turma e debater outras alternativas para repensar os espaços presenciais e o uso de recursos tecnológicos em sala de aula. “Não podemos desconsiderar esse passo na formação de professores aptos para trabalhar com Ensino Híbrido”, finaliza Leandro.
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