Ensino não presencial na alfabetização
Undime realiza webinário sobre ensino não presencial na alfabetização
O debate contribuiu para o posicionamento da instituição quanto a proposta de parecer do CNE sobre a reorganização dos calendários escolares e realização de atividades pedagógicas não presenciais durante a pandemia
A Undime realizou nesta quinta-feira, 23 de abril, o webinário “Como viabilizar alternativas para o ensino não presencial no Ensino Fundamental conforme o artigo 32 da LDB”, com foco na Alfabetização.
O debate foi restrito aos dirigentes municipais de educação que compõem a diretoria executiva, presidências das seccionais em cada estado e membros do conselho nacional de representantes da instituição, além de parceiros. O intuito da conversa foi esclarecer aos dirigentes questões a respeito da proposta de parecer do Conselho Nacional de Educação, sobre a reorganização dos calendários escolares e realização de atividades pedagógicas não presenciais durante o período de pandemia da Covid-19 e de possibilidades para este momento.
A transmissão foi conduzida pelo presidente da Undime, Luiz Miguel Martins Garcia, Dirigente Municipal de Educação de Sud Mennucci/ SP e teve a participação de Anna Helena Altenfelder, presidente do Conselho de Administração do Cenpec - Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária; do professor Eduardo Fofonca, docente do Mestrado em Educação: Teoria e Prática de Ensino da UFPR; de Núria Pons Vilardell Camas, professora assistente da Universidade Federal do Paraná e doutora em Educação: Currículo, no eixo Tecnologias e Educação; e Zilma Oliveira, professora livre-docente aposentada da Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora do curso de especialização em Educação Infantil do Instituto Superior de Educação (ISE) Vera Cruz.
As preocupações, questionamentos e sugestões abordadas pelos dirigentes serviram de contribuição para o posicionamento da Undime ao documento do CNE sobre reorganização dos calendários escolares e atividades pedagógicas durante o período de Pandemia da Covid- 19.
Na reunião, os convidados foram unânimes ao afirmar que não existe uma resposta única que vai solucionar as dificuldades apresentadas nesse momento. "A resposta está na troca de experiências, na reflexão conjunta, no experimentar (...) Precisamos nos colocar no lugar de que não sabemos e vamos aprender e isso só vai acontecer de forma colaborativa", disse Anna Helena Altenfelder que acredita ainda que é preciso ter clareza que alfabetizar é um processo complexo que envolve conhecimentos bastante específicos e que são fundamentais os momentos de interação.
Como forma de manter o vínculo com as crianças, ela sugeriu que a partir da realidade de cada rede sejam pensadas as estratégias, como por exemplo, envio de mensagens por whatsapp com orientações simples; uso do rádio como ferramenta de comunicação nos municípios em que este é um veículo utilizado; e o estímulo à cultura das brincadeiras tradicionais como cantigas de rodas, repentes, rimas, que são importantes e auxiliam no processo das crianças, sempre no espírito das interação em família.
Na mesma linha de pensamento o professor Eduardo Fofonca disse que "não encontraremos uma fórmula única, mas temos de pensar em possibilidades". Ele destacou que é importante ouvir pais, criar momentos de reuniões online para identificar a situação de cada um quanto à conectividade, por exemplo.
O presidente da Undime lembrou ainda que é importante pensar em possibilidades que respeitem a forma de aprendizagem de cada um.
Nessa perspectiva, a professora Núria Pons lembrou que é preciso pensar no planejamento de cada estado, cada particularidade de município e que sob a ótica de planejamento, é recomendável envolver diretores, coordenadores pedagógicos e professores como membros de atuação para que possam pensar atividades possíveis. "Compete a cada escola ter o seu planejamento, porque ela conhece o seu público, os alunos e professores; e às secretarias cabe um mapeamento", disse.
A professora Zilma Oliveira, lembrou que a Educação Infantil não entra na questão de reposição de aulas. Para ela, as escolas devem orientar os professores para que planejem o que as famílias podem fazer com as crianças e que não há uma métrica para contabilizar as atividades nessa etapa.
Fonte: Undime