Ensino superior privado agoniza
Ensino superior privado brasileiro agoniza, diz Contee
Fórum das Entidades, que reúne sindicatos e federações da educação, privada definiu agenda de mobilização para o dia 17 de agosto
Da Redação / Publicado em 10 de agosto de 2022
Na última reunião da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee) com os sindicatos e federações, no Fórum das Entidades, ocorrida na última terça-feira, 9, foram encaminhadas as deliberações para aos atos do “#17A: Dia Nacional de Mobilização e Luta”, que ocorrerá na próxima quarta-feira, 17.
Na reunião, foi aprovada a marca e a carta que irão servir de referenciais para a agenda de mobilização das entidades nos estados e municípios Brasil afora. Ao iniciar a discussão, o coordenador-geral da Contee, Gilson Reis, explicou as razões da reunião: “preparar as assembleias para definir os processos de luta até 17 de agosto”.
No contexto do debate, diante do desmonte das relações de trabalho no segmento da educação no setor privado, em particular no ensino superior, o dirigente sindical levantou a tese de, em caso de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apresentar e debater, no âmbito do novo governo, a instalação no MEC (Ministério da Educação) de “secretaria para debater problemas da educação privada no Brasil”.
Carta-documento
“O ensino superior brasileiro agoniza!”, expressa a Carta da Contee, que expõe as razões para a mobilização nacional contra a precarização da educação privada no Brasil.
“Os números do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) relativos ao Censo da Educação Superior 2020 não deixam margem para contestações: das 2.457 IES existentes, 2.153 são privados, distribuídas em 91 universidades, 310 centros universitários e 1.752 faculdades.”
“Tais IES privadas concentraram, em 2020, 6.724.002 matrículas (77,5% do total), contra 1.956.352 (22,5%) nas públicas. Também ofertaram 95,6% das vagas em graduação, ao passo que, nas públicas, a oferta correspondeu a 4,4%.”
“Entre 2010 e 2020, houve queda de 13,9% no ingresso em cursos presenciais e aumento de 428,2% na modalidade à distância — que, a rigor, não passa de “educação distante”, em todas as dimensões —, fazendo-a saltar de 17,4% para 53,4% do total de matriculados. No quesito padrão de qualidade social, a busca pelo barateamento dos custos fez prevalecer essa modalidade, bem como as atividades acadêmicas remotas, cujo crescimento acabou ‘justificado’ pela pandemia.”
Por entendimento da maioria, a carta deve ser fechada nesta quarta-feira (10), com “enxugamentos” e “propostas”, mas com a manutenção da estrutura com a qual foi apresentada pela Secretaria de Comunicação da Contee.