Escola não precisa ser igual
Escola pública não precisa ser tudo a mesma coisa
Renata Guerra fala dos novos modelos que a Secretaria Estadual de Educação tem oferecido, com um leque de escolas com currículo diferenciado
Escola não precisa ser tudo a mesma coisa. Muito menos escola pública. Diferentes modelos de educação também podem ser oferecidos para os estudantes que buscam a rede estadual – e essa janela de oportunidade surge, especialmente, com a ampliação do ensino integral no Rio de Janeiro.
A iniciativa é corajosa, de rápida adaptação, valoriza as escolhas individuais e tem grande potencial para tornar a experiência escolar ainda mais interessante ao estudante, preparando-o para chegar à fase adulta com um repertório mais rico e, de quebra, diminuindo o risco de evasão.
Nesse contexto, a Secretaria Estadual de Educação, onde tenho a oportunidade de atuar, tem investido para disponibilizar um crescente leque de escolas com currículo diferenciado para matrículas – e tanto para o Ensino Médio como também para o Ensino Fundamental.
No campo do Ensino Médio, por exemplo, há desde escolas com formação técnica em transporte aquaviário e eletrotécnica, a colégios que têm disciplinas extras e ênfase em assuntos que podem ir de hospedagem, administração, produção audiovisual, panificação, empreendedorismo e até programação de jogos digitais, para mencionar alguns. Também há as recentes escolas cívico-militares, adaptação dos tradicionais e concorridos colégios militares país afora.
Mas as novas escolas estaduais não param aí. São especialmente interessantes aquelas de modelo intercultural, que podem ir do Ensino Médio ao Ensino Fundamental. Já temos, por exemplo, escolas que propiciam imersões culturais em países como os Estados Unidos, França, Espanha, China, Turquia, Itália, México, Alemanha, Japão e Rússia, permitindo maior contextualização também no estudo de línguas estrangeiras.
A Secretaria de Estado também concebeu um modelo de escola mais genérica e plural, com ênfase em tecnologia, sustentabilidade, arte e esporte. O modelo é um dos carros-chefes das novas escolas integrais e tem sido praticado especialmente nos CIEPs. Uma ótima notícia, por trazer temas relevantes, contemporâneos e frequentemente cobrados na vida adulta.
Pessoalmente, vejo com ótimos olhos essa iniciativa. O desafio do século 21 é menos em construir novas escolas e mais em reformar a essência delas, melhorando a qualidade e a pluralidade do nosso ensino.
Enriquecer a experiência escolar dos nossos estudantes de colégios públicos é, dessa forma, colocá-los em outro patamar na disputa do mercado de trabalho, propiciando um conteúdo diferenciado para que estejam preparados, cada qual com seus próprios objetivos, para as diferentes oportunidades que a vida trará. Viva a educação pública!
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