Escolas particulares do Rio reabrem
Algumas escolas particulares do Rio reabrem após autorização da prefeitura
Mesmo com permissão para voltarem a funcionar, muitos colégios privados continuaram fechados. Algumas escolas estaduais reabriram, mas apenas para funcionários. Aulas presenciais ainda não têm previsão de retorno.
Por Guilherme Peixoto, RJ1
Depois de quatro meses com todas as escolas fechadas na cidade do Rio, algumas unidades da rede particular voltaram a abrir nesta segunda-feira (3). Ainda não há balanço de quantas escolas abriram nesta segunda.
Parte das escolas da rede estadual do RJ reabre a partir desta segunda-feira (3) (acesse o video no link https://globoplay.globo.com/v/8747352/)
Uma unidade na Freguesia, em Jacarepaguá, recebeu os alunos, esta manhã. Na entrada, eles tinham a temperatura medida colocavam álcool em gel nas mãos. As carteiras também estavam afastadas.
No entanto, muitos pais se mostram contrários ao retorno dos filhos às escolas.
"Não sou a favor do retorno da Ana Luiza agora. Ainda acho muito imaturo esse retorno presencial", disse Rita de Cássia Pajuaba, referindo-se à filha, matriculada no quinto ano.
Muitos estabelecimentos permaneceram com as portas fechadas, com aulas pela internet. As aulas não estão suspensas. Desde o começo da pandemia, escolas de todo o Brasil vem tentando se adaptar à cartilha do ensino à distância.
Em junho, a Prefeitura do Rio começou um plano de flexibilização para retomar atividades. A permissão para que as escolas particulares voltem a abrir faz parte da fase 5 desse plano. O retorno às aulas, no entanto, é facultativo.
O sindicato que representa os professores diz que a categoria está em greve, contrária à volta às aulas. A decisão foi confirmada em mais uma assembleia realizada neste último fim de semana.
"É uma greve pela vida. Só vamos retornar com as garantias das autoridades sanitárias como, por exemplo, Fiocruz ou UFRJ, que têm dado essa orientação", argumentou o diretor jurídico do Sinpro-Rio, Elson Simões de Paiva.
Pedido negado
Neste domingo (2), o plantão judiciário do Tribunal de Justiça negou um pedido do Ministério Público e da Defensoria Pública para suspender a autorização da Prefeitura do Rio para o retorno facultativo das aulas presenciais em escolas privadas do município a partir desta segunda (3).
A ação civil pública alegava que a decisão trazia risco à saúde pública, além de promover desigualdade de acesso à escola — já que a rede pública ainda não tem data para o retorno.
MP e DP basearam a ação em um estudo da Fiocruz que prevê três mil novas mortes com um possível retorno das aulas. O plantão judiciário, entretanto, considerou que é necessário mais tempo para analisar os "fatos narrados".
"Isto porque o STF já decidiu que compete aos estados e municípios definir regras sobre isolamento, pois, as regras constitucionais também visam à racionalidade coletiva de modo que o ente público seja capaz de coordenar as ações que se façam necessárias para o retorno das atividades presenciais sem restrições de funcionamento", escreveu a juíza Márcia Alves Succi.
Permissão
No último dia 20, o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), informou que representantes de escolas privadas manifestaram a intenção de retomar as aulas presenciais, de forma voluntária, no dia 3 de agosto.
O retorno da rede privada de ensino, facultativo a professores, funcionários e pais de alunos que assim desejarem, será sob as "regras rígidas" da Vigilância Sanitária. A volta das escolas municipais, sem data ainda definida, ainda será debatida.
Escolas estaduais reabrem
Algumas escolas da rede estadual de ensino do Rio de Janeiro voltam a abrir a partir desta segunda-feira. De acordo com o secretário Pedro Fernandes, só retornarão ao trabalho presencial os funcionários de escolas que estão em região de bandeira amarela (risco baixo de contaminação pelo coronavírus).
As aulas presenciais na rede pública seguem suspensas até que a Secretaria de Saúde identifique que há segurança para o retorno.
Desde o início da pandemia, o governo do estado estabeleceu bandeiras por cores, que indicam os níveis de contaminação do coronavírus.