Escolas Reino Unido combatem misoginia
Escolas de ensino fundamental britânicas terão aulas obrigatórias contra a misoginia a partir de 2026
Dados do Ministério da Educação mostram que 54% dos jovens britânicos entre 11 e 19 anos afirmam já ter ouvido ou visto comentários misóginos.
Por RFI
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Escolas britânicas terão aulas obrigatórias contra a misoginia. — Foto: Freepik
A partir de setembro de 2026, todas as escolas de ensino fundamental e médio do Reino Unido deverão oferecer cursos obrigatórios voltados ao combate da misoginia. A medida faz parte de novas diretrizes educacionais divulgadas nesta terça-feira (15) pelo Ministério da Educação britânico.
O conteúdo será uma atualização do programa de educação sobre sexualidade e saúde (RSHE), com foco na conscientização dos jovens sobre a crescente disseminação de discursos misóginos na internet, especialmente aqueles promovidos por influenciadores ligados ao masculinismo, como Andrew Tate.
O ministério ressaltou que a proposta não busca estigmatizar os adolescentes, mas oferecer modelos positivos de masculinidade e fortalecer o pensamento crítico diante de conteúdos nocivos.
Ódio virtual Além de abordar o ódio virtual — como o movimento “incel”, que reúne homens que culpam as mulheres por sua condição de solteiros —, as escolas também deverão tratar de temas como inteligência artificial, manipulação digital (os chamados “deepfakes”) e a ligação entre pornografia e misoginia.
As instituições são incentivadas a começar a adotar as novas diretrizes já no próximo ano letivo, com a meta de implantação total até setembro de 2026.
Dados do Ministério da Educação mostram que 54% dos jovens britânicos entre 11 e 19 anos afirmam já ter ouvido ou visto comentários misóginos.
Durante a campanha que o levou ao cargo em julho de 2024, o Partido Trabalhista se comprometeu a reduzir pela metade os índices de violência contra mulheres e meninas no prazo de dez anos.
No início de 2025, o primeiro-ministro Keir Starmer anunciou que a série da Netflix Adolescência, que mostra os efeitos negativos dos discursos masculinistas nas redes sociais, será exibida nas escolas.
Starmer também defendeu a importância de um debate amplo sobre formas de impedir que adolescentes do sexo masculino sejam levados por discursos de ódio e misoginia.