Estado Mínimo

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Você cabe nele?

O que pode ser mais bizarro, triste e deprimente que trabalhadores, assalariados, empresários de fundo de quintal e donos de lojinhas e quitandas que defendem o liberalismo econômico e a privatização?

Em sonho se identificam com Adam Smith, mas na vida real são a força explorada. Deveriam ler Marx e Engels.

Não percebem que a mão do mercado, de invisível nada tem.

É, na verdade, a mão-de-obra sofrida de muitos que autorregula o lucro de poucos.

Nunca ouviram falar em mais-valia, entretanto, a parte que lhes cabe é o trabalho excedente e a alienação.

Dizem ter pavor do socialismo/comunismo, mas no capitalismo vivem à margem.

Classe lamentável é essa do pobre com síndrome de rico.

Gente que se esconde na ilusão da classe média e assim se esquiva de reconhecer que é pobre.

Ressentidos, nutrem rancor pelos funcionários públicos.

Passar em concurso público não requer ressentimento, tampouco rancor.

Requer competência.

Apoiar a privatização virou quesito de aceitação social na tribo dos medianos pobres metidos a ricos.

A pobreza é descomunal.

E não falo apenas em conta bancária.

É pobreza no amplo e profundo sentido da palavra: pobreza existencial.

Que tipo de ser defende a privatização de serviços pelos quais não pode pagar?

Pobre.

Pobre sob todos os aspectos: monetário, léxico e cognitivo.

Se você é pobre, diga não à privatização.

Pare!

Pare de pedir por um Estado Mínimo no qual você não cabe.

Se você acha que é classe média, mas é assalariado, você na realidade é pobre.

Diga não à privatização.

Se você acha que é rico, mas seu empreendimento não tem ações na bolsa de valores, você também é pobre.

Diga não à privatização.

Se você é pobre, defenda o SUS.

De verdade, não apenas no tema da sua foto do perfil nas redes sociais.

Se você acha que é classe média, mas teu plano de saúde é aquele "da firma"...

Defenda o SUS.

Se você acha que é rico, mas se tivesse que pagar atendimento e tratamento em uma clínica particular dilapidaria sua fortuna em poucos meses, você precisa do SUS. Defenda-o.

Se você é pobre, lute pela educação pública de qualidade e pelo investimento em ciência e pesquisa.

Quando se nasce pobre, estudar é a revolução.

Se você acha que é classe média, mas estuda em escola particular como bolsista, já sabe...

Lute pela educação pública.

Você pode precisar dela.

Se você se acha rico, te pergunto:

Paga quanto por mês no cursinho para você ou seu(a) filho(a) conseguir uma vaga na Universidade Federal?

Hein?

Então já sabe!

Defenda a educação pública.

A ciência.

A pesquisa.

No Estado Mínimo a responsabilidade do Estado é mínima.

No Estado Mínimo há algo Máximo: o lucro das grandes empresas privadas.

Se você não é um megaempresário, lute contra a privatização porque você faz parte da maioria a quem o  Estado Mínimo não dá a mínima...

-Ana Paula Bordin- facebook




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