Estratégias para a recuperação de aprendizagens

Estratégias para a recuperação de aprendizagens

Seis estratégias fundamentais para a recuperação de aprendizagens dos estudantes

O principal desafio da retomada das aulas presenciais é garantir às crianças e adolescentes o direito à aprendizagem, impactada após quase dois anos de escolas fechadas

 

 

O fechamento das escolas provocado pela pandemia da Covid-19 impactou diretamente na aprendizagem dos estudantes, que se tornou o maior desafio para os educadores neste momento de retomada das aulas presenciais. Estima-se que 40% das crianças de 6 e 7 anos não sabem ler e escrever, o maior patamar desde 2012, conforme levantamento do Todos pela Educação, com base na Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE. Para os especialistas, o caminho para recuperar a aprendizagem é marcado por diversas ações que vão além das aulas de reforço. 

“Precisamos de um olhar sistêmico para o problema. Dirigentes municipais, técnicos das secretarias, coordenadores pedagógicos, professores e professoras devem estar unidos no propósito de diminuir as desigualdades ainda mais aprofundadas na pandemia. É uma tarefa complexa, mas não impossível”, explica a superintendente do Itaú Social, Angela Dannemann. 

Especialistas apontam que a recuperação da aprendizagem não ocorrerá de forma acelerada. “Eu tenho medo quando falam que é preciso acelerar as aprendizagens. Aprender demora, requer tempo. Não adianta acelerar, adianta, sim, ampliar essas oportunidades. Ampliar a jornada, usar os fins de semana, ter mais atividades fora da jornada escolar e diferenciá-las e não usar sempre o mesmo processo são algumas alternativas”, explica a diretora da Comunidade Educativa CEDAC, Tereza Perez.

Além disso, a equidade deve ser o foco das estratégias. Para o professor emérito da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e ex-presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), Chico Soares, os gestores públicos devem definir o que será ensinado, pensar em como ensinar e avaliar. "Qualidade para poucos não é qualidade, então se estamos falando que a educação precisa melhorar tem que ser para todo mundo. Na pandemia as desigualdades educacionais foram agravadas, porque a escola que atendia a todos 'deixou de existir' e as crianças só receberam aquilo que as famílias poderiam dar - e as famílias são muito diferentes", destacou durante o Seminário Melhoria da Educação. 

 

Confira os seis pontos fundamentais para a recuperação de aprendizagens:

- Busca ativa escolar: a estratégia formulada pelo UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), em parceria com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), está disponível gratuitamente para os municípios e apoia a identificação, registro, controle e acompanhamento de crianças e adolescentes que estão fora da escola ou em risco de evasão. Busca reunir representantes de diferentes áreas, como Educação, Saúde, Assistência Social e Planejamento, para fortalecer a rede de proteção.

- Acolhimento e clima escolar: o planejamento educacional deve ser baseado no acolhimento de toda a comunidade escolar, no zelo pelo clima da escola e na colaboração cujo foco seja a equidade de oportunidades educativas. Rodas de conversa com equipes, estudantes e famílias; atividades culturais como saraus; canais de escuta como lives periódicas são alguns exemplos de atividades de acolhimento. É possível conferir um guia de sugestões nesse link

- Flexibilização curricular: a necessidade de flexibilizar o currículo já existia antes e foi ressaltada pelas mudanças proporcionadas pela pandemia, um contexto que alterou significativamente as variáveis do ensino – tempo, espaço, materiais e recursos didáticos, relacionamento estudante-professor e estudantes-estudantes. Os Mapas de Foco da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) apoiam a priorização dos conteúdos. 

- Avaliação diagnóstica: é preciso observar a complexidade da avaliação das aprendizagens e a necessidade de repensar as estratégias de diagnóstico além das provas e da avaliação do sistema. Por meio delas será possível identificar lacunas de aprendizagem dos estudantes e, a partir delas, elaborar seu planejamento pedagógico.

- Reorganização das atividades pedagógicas: os gestores educacionais devem elaborar um planejamento que considere as continuidades e as rupturas, os novos e os antigos saberes da educação. Para isso, é fundamental se voltar para a BNCC e para o potencial das tecnologias de informação e comunicação. 

- Acompanhamento das aprendizagenstem como objetivo identificar, registrar e analisar as aprendizagens a fim de reorientar o ensino, de maneira a distinguir os processos individuais e coletivos, bem como os fatores que incidem sobre eles. É necessário contar com instrumentos de acompanhamento que favoreçam a identificação de como cada estudante está em relação às aprendizagens esperadas para cada ciclo/ano de escolaridade (com base nos documentos curriculares), cada turma e escola.

Cursos gratuitos

Está disponível no Polo, ambiente de formação continuada do Itaú Social voltado para profissionais da educação e do terceiro setor, o percurso formativo  Recuperação das Aprendizagens.

São seis cursos gratuitos que oferecem estratégias e ferramentas pedagógicas para potencializar o planejamento educacional da rede e das escolas, contribuindo com ações focadas na redução das desigualdades ampliadas pela pandemia e procurando garantir aos estudantes o direito às aprendizagens

 

Fonte: Itaú Social

 

https://undime.org.br/noticia/28-04-2022-11-51-seis-estrategias-fundamentais-para-a-recuperacao-de-aprendizagens-dos-estudantes 




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