Evasão de 15% na educação infantil

Evasão de 15% na educação infantil

Pesquisa aponta  evasão de 15% na educação infantil

Levantamento foi realizado com escolas da rede privada de São Paulo e mostra que instituições conseguiram se adaptar realidade da pandemia

 

Escolas devem investir em metodologia e qualidade de ensino
Escolas devem investir em metodologia e qualidade de ensino

Robson Mafra/AGIF/ Estadão Conteúdo - 24.03.2020

Uma pesquisa realizada com escolas da rede privada de São Paulo aponta que, apesar do primeiro impacto do isolamento causado pela pandemia do novo coronavírus, as escolas conseguiram se adaptar a nova realidade do ensino a distância.

Os dados foram levantados pela ABED (Associação Brasileira de Educação a Distância), em parceria com o Instituto Casagrande e o SIEEESP (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo). O estudo foi respondido por 206 escolas privadas de 74 municípios do Estado de São Paulo, das quais 187 oferecem Educação Infantil (EI), 178 oferecem Ensino Fundamental I (EFI), 147 oferecem Ensino Fundamental II (EFII) e 111 oferecem Ensino Médio (EM). E o O levantamento realizado entre os dias 25 de maio e 9 de junho.

"Em linhas gerais, o estudo mostra que as escolas que arregaçaram as mangas, investiram em tecnologia e conteúdo se deram bem", observa a oordenadora do Censo EAD.BR da Abed, Betina Von Staa.

No que diz respeito a situação financeira dos negócios, a pesquisa aponta que houve uma evasão de 15% dos alunos da educação infantil, mas nos outros níveis ficou em torno de 1%, em média.

"Atribuímos a desistência na educação infantil pelas dificuldades técnicas, manter uma criança atenta em frente de um computador com os pais não é tão atrativo", avalia Betina. "Também ficou claro que os alunos do ensino fundamental e médio permanecem nas escolas."

Quase totalidade das escolas de ensino fundamental e médio tem presença acima de 75% dos alunos nas aulas e atividades. 

O levantamento mostra que 71% das instituições de ensino deram descontos nas mensalidades que variaram entre menos de 10% a mais de 50%. E o aumento da inadimplência ficou principalmente entre 25 e 50% a mais do que as escolas estão acostumadas.

Para fazer frente à nova realidade financeira, 16% das escolas demitiram funcionários administrativos e 17% demitiram professores de ensino fundamental 1. As escolas também recorreram à suspensão temporária do contrato de trabalho e redução da carga horária. Aproximadamente 60% das escolas não demitiram e não pretendem demitir estes colaboradores.

Investimentos das escolas

As escolas investiram em ferramentas de ensino remoto e conteúdos gratuitos ou pagos. A pesquisa mostra que os professores receberam apoio sobre o uso das ferramentas.

Entre 48% (educação infantil) e 58%(ensino médio) das escolas contrataram ferramentas tecnológicas para dar apoio às aulas e entre 24% (ensino infantil) e 41% (ensino médio) contrataram conteúdos neste período. Entre 46% (ensino fundamental 2) e 56% (ensino fundamental 1) adotaram ferramentas e conteúdos gratuitos. Muitas escolas adotaram tanto conteúdos e ferramentas gratuitas quando pagas.

"As escolas não estavam preparadas para o ensino remoto e a pesquisa mostra que apenas 19% apostava na tecnologia para preparar os alunos", observa Betina. "Neste momento, o que tem mais dado resultado são as aulas com a presença do professor e aluno via internet."

Para Betina o ensino a distância deve continuar. "O desafio é aprimorar o que é oferecido e investir em metodologia e qualidade", conclui.

 

https://noticias.r7.com/educacao/pesquisa-aponta-evasao-de-15-na-educacao-infantil-21062020 




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