Falta de questões para o Enem

Falta de questões para o Enem

O que está por trás da falta de questões para o Enem 2022

Pré-testes de itens foram realizados, mas baixa adesão à prova não permitiu repor banco com perguntas da prova

Por Ricardo Ferraz Atualizado em 3 Maio 2022

Estudantes caminham para prova do Enem //

Estudantes aguardam início da prova: composição do Enem 2022 ainda segue misteriosa //
Marcello Casal Jr./Agência Brasil

 

A edição de 2022 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) enfrenta um problema de falta de questões para a composição da prova. O Banco Nacional de Itens vive uma escassez sem precedentes, segundo servidores do Inep ouvidos por VEJA, porque as perguntas criadas para repor o estoque não foram previamente testadas.

Historicamente, esses pré-testes são feitos no prêmio Talento Universitário, destinado aos calouros do terceiro grau, conforme revela o livro “O roubo do Enem”, da jornalista Renata Cafardo. O programa é escolhido porque tem público semelhante, ou seja, formado por pessoas que não devem mais prestar o exame porque acabaram de entrar na faculdade, mas ainda não adquiriram novos conhecimentos para responder às questões com mais facilidade.

Segundo informações internas, alguns itens chegaram a ser testados na edição deste ano do Talento Universitário, mas a adesão foi bem menor do que o esperado. A expectativa era de 44.000 participantes, mas apenas 8.700 pessoas se inscreveram e 3.900 fizeram a prova. Com isso, não foi possível fazer o teste de itens na quantidade suficiente para repor o banco.

O Plano de Ação número 21 do Inep, do ano passado, que trata dos pré-testes, afirma que seria preciso que 88.000 pessoas realizassem os testes, metade para a edição impressa e metade para a versão digital. O alto número de participantes é necessário porque o Inep prepara mais de dez versões diferentes da prova, agrupando questões por disciplina, por tema e por complexidade.

Só assim os técnicos do Inep conseguem identificar o grau de dificuldade de determinada questão para “calibrar” a prova, mesclando questões fáceis com outras mais complexas. Isso é fundamental para determinar a chamada Teoria de Resposta ao Item (TRI), que atribui peso diferente às perguntas, o que torna a classificação dos participantes mais criteriosa.

Em março, os gestores do Inep recomendaram a reutilização de perguntas de versões anteriores no teste deste ano. “Considerando a possibilidade de reutilizar 4.680 itens, que foram aplicados para milhões de candidatos nas edições realizadas no Enem, não haverá a necessidade de executar novos pré-testes para viabilizar as edições 2022 e 2023”, diz o ofício encaminhado ao presidente do órgão, Danilo Dupas.

Até o momento não foi definido se o Inep vai reutilizar questões de versões anteriores.

Fonte: https://veja.abril.com.br/educacao/o-que-esta-por-tras-da-falta-de-questoes-para-o-enem-2022/ 

 




ONLINE
166