Fora Lemann da educação

Fora Lemann da educação

FORA FUNDAÇÃO LEMANN DA EDUCAÇÃO PÚBLICA

Eduardo Leite assinando convênio perigoso com a Fundação Lemann em fevereiro de 2019


Ao procurar na internet sobre a Fundação Lemann encontra-se a informação de que se trata de uma empresa familiar e sem fins lucrativos... Mas qual seria o interesse em uma empresa sem fins lucrativos atuar na área da educação pública? Com esta mesma busca é possível perceber que a empresa atua no incentivo e no desenvolvimento de tecnologias online, mais especificamente as chamadas plataformas MOOC, traduzidas como cursos online abertos e massivos, tendo como principais objetivos ser online e atingir um grande número de pessoas.

Qual a grande vantagem deste tipo de tecnologia que busca atingir o maior número de pessoas? Fica evidente que é a redução de gastos com “material humano” e estrutura física. Já que o objetivo central da Fundação Lemann é "a busca dos 'melhores profissionais do mercado'" em detrimento da "participação popular"*. 


Nas suas lives e entrevistas, o governador Eduardo Leite (PSDB e comparsas) afirmou seguidas vezes que esta era uma tecnologia para ser aplicada nos próximos anos, mas que a pandemia antecipou a sua utilização. O fato é que, utilizando-se de uma "calamidade pública", bem aos moldes da doutrina do choque da Escola de Chicago, Eduardo Leite pretende concretizar um plano econômico ambicioso de desmonte da educação pública. Esta é mais uma técnica excludente, que certamente piorará a educação pública, levando em conta que ignora a realidade de grande parte da comunidade escolar, tanto alunas e alunos como professoras e professores. Como não pode assumir tudo isso abertamente, vivenciamos um "diálogo de surdos" na aplicação de seus projetos.


Alunxs que, em sua maioria, são filhxs da classe trabalhadora, possuem celulares com capacidade que não suporta o uso de tais tecnologias ou simplesmente não o possuem; situação comum entre pessoas de baixa renda e/ou anos iniciais do ensino fundamental. O governo do Estado e a SEDUC sabem perfeitamente disso, mas não mudam em nada a perspectiva perversa de seu programa neoliberal.


Já para professorxs, que estão em condição financeira caótica imposta por seguidos governos com a entrada no 6º ano de congelamento e ainda convivendo com permanentes confiscos salariais, ora por desconto de greve que fora recuperada, ora por aplicação da reforma trazida pelo plano de ajustes votado no mês de janeiro do corrente ano, a situação tende a piorar. Sobretudo para xs colegas contratadxs, que podem ser demitidos massivamente com o aprofundamento do projeto em comum com a Fundação Lemann.


Plataformas de MOOC’s têm sido bastante utilizadas na pós-graduação onde pressupõe-se que a pessoa está usando como critério de escolha a liberdade para o estudo em horários diferentes daqueles pré-estabelecidos pelas instituições, muitas vezes evitando o deslocamento periódico até as mesmas. Porém, para esta escolha, existe a maturidade para ponderar estes pontos e abrir mão da convivência com colegas e professores, com a rotina de horário e estudo, mas, acima de tudo, adquirir a responsabilidade do estudo para além das cobranças diárias da escola, muitas vezes fundamentais para educandas e educandos na faixa etária atendida pela educação básica. 


Compreendemos que a luta contra o EaD nos moldes da Fundação Lemann deve ser prioridade para o nosso sindicato no atual momento, pois ele representa a destruição derradeira da Educação Pública. O CPERS precisa urgentemente sair da quarentena e começar um amplo trabalho de conscientização nas comunidades escolares e com toda a sociedade gaúcha. O triunfo deste projeto é o triunfo do mercado sobre a educação do povo pobre.


#ForaFundacaoLemannDaEducacaoPublica

#NenhumContratadoAmenos
#NenhumaContratadaAmenos 

- Contra a retirada de direitos em meio à pandemia que é, segundo o decreto do governo Leite, uma calamidade pública;

-Contra as aulas EAD durante a Pandemia, e intensificar a campanha contra a privatização da Educação Pública;

- Que as comunidades escolares  democraticamente devem decidir o que fazer no período de pandemia;

- Estabilidade de emprego para todos os educadores contratados;

- Nenhum direito a menos;

- Se o governo quer EAD, que garanta as condições materiais (internet, celulares, computadores) para professores e alunos;

- Pelo direito ao emprego e ao salário durante a pandemia: contra a demissão, retirada de direitos ou rebaixamento salarial!

NOTA

*Ver: https://www.extraclasse.org.br/opiniao/colunistas/2019/05/as-primeiras-facanhas-de-eduardo-leite/




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