Gaúchos não têm hábito da leitura
Pesquisa aponta que cerca de 48% dos gaúchos não têm hábito da leitura
Levantamento realizado pelo Instituto Pesquisas de Opinião apontou a região da Fronteira Oeste com melhor índice de leitura do RS
08/07/2022
Pesquisa também buscou informações sobre o número de livros lidos ao ano e o perfil
dos leitores no RS. Tatiana Cavagnolli / Agencia RBS
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Pesquisas de Opinião (IPO) apontou que 48,3% da população do Rio Grande do Sul não tem o hábito da leitura. Conforme o Instituto, o levantamento engloba as pessoas que não buscam os livros nem na forma impressa nem por meio das plataformas digitais.
O indicador encontrado pela pesquisa é semelhante aos números nacionais - 48% dos brasileiros não mantém relação de proximidade com nenhum tipo de literatura.
Já a média geral de 51,7% dos gaúchos que leem está associada à educação formal e à renda familiar. De acordo com o IPO, quanto menor a escolaridade e renda, menor o envolvimento com o mundo da leitura.
Leitores que possuem apenas Ensino Fundamental representam 37% do público, a média de quem tem Ensino Médio é de 52,8% e dos que têm Ensino Superior é de 74,3%.
O levantamento aponta ainda que o mesmo fenômeno se percebe na relação entre hábito de leitura e renda familiar: dentre os que têm renda de um a dois salários mínimos o hábito de leitura é de 45,9%, nos que têm renda de três a cinco salários mínimos é de 55,8% e acima de seis salários mínimos é de 72,2%.
Fronteira Oeste com mais leitores
O IPO também analisou o hábito da leitura de cada região do Rio Grande do Sul. De todas, a região da Fronteira Oeste é a que apresenta os melhores números - em cidades como Uruguaiana, São Borja e Santana do Livramento, apenas um terço da população não tem o hábito de ler. Já os leitores representam 65,2%.
Por outro lado, as regiões Norte e Noroeste concentram as cidades om menos leitores assíduos: Ijuí e região (55,9%) e Passo Fundo e demais cidades (52,9%).
Em um plano socioeconômica, o IPO também analisou o perfil dos leitores por sexo, faixa etária e a relação com o mercado de trabalho.
O número de homens que leem livros por hábito e os que não leem é praticamente o mesmo: 49,9% leem e 50,1%, não. Já entre as mulheres, o número de leitoras é maior - 53,4% leem livros por prazer e 46,6% não tem o hábito.
O mesmo equilíbrio vale para aqueles que estão na ativa e os aposentados. Entre os ativos, 51,5% tem o hábito da leitura e 48,5%, não. Entre os inativos, 52,2% leem livros por prazer e 47,8%, não.
Quanto à faixa etária, os mais jovens apresentam o índice mais alto (57,4%) de leitores. Já a faixa etária dos 45 aos 59 anos tem o índice mais baixo (49,8%).
Número de livros lido por ano
Por fim, o levantamento também perguntou aos entrevistados a quantidade de livros lidos por ano. A média geral entre os gaúchos foi de 7,6 livros. A média do estado é três vezes maior do que a média nacional, que, conforme a pesquisa de 2019 do Instituto Pró-Livro, eram de 2,5 livros por brasileiro.
A maioria da população ouvida afirmou que lê, anualmente, entre uma a quatro obras - são 32,1% que leem um ou dois livros e 22,8% que leem de três a quatro.
O Instituto concluiu ainda que quanto menor a renda familiar, maior a relação com livros de religião ou espiritualidade e os de autoajuda. Já as pessoas com maior renda apresentam maior interesse por livros técnicos.
De 24 a 28 de maio, o IPO realizou mil entrevistas com pessoas a partir dos 16 anos em 52 municípios gaúchos representativos de oito regiões do Estado (regiões intermediárias do IBGE, 2019), utilizando dados quantitativos e estratificados por região, sexo biológico, idade e situação de trabalho.