Grêmios estudantis crescem

Grêmios estudantis crescem

Grêmios estudantis voltam a crescer nos colégios públicos

Grêmios crescem nas escolas

 

Erguido há 36 anos, o Ciep José Maria Nanci, que atende à comunidade da Reta Velha, uma das regiões mais carentes de Itaboraí, inaugurou na semana passada sua primeira rádio. A emissora foi idealizada, projetada e construída pelos oito alunos do novíssimo grêmio estudantil, com apoio de toda a escola. O programa dirigido pelos alunos vem transformando o intervalo entre as aulas num atrativo capaz de reter seus mais de 360 estudantes durante todo o turno.

Distante dali, a cerca de 35 quilômetros, está o Ciep Zuzu Angel, em Arsenal, o maior e mais antigo de São Gonçalo, onde o também recém-empossado grêmio estudantil está fechando parceria com o Consulado do Equador para trazer curso de idiomas.

Após um período de esvaziamento que culminou com a permanência de apenas 136 representações estudantis, no ano passado, os grêmios escolares estão de volta ao estado e já ocupam 957 das 1.222 escolas públicas estaduais. Um crescimento de mais de 600% em um ano.

Garantidos por lei, os grêmios são entidades autônomas representativas dos interesses dos estudantes secundaristas, com finalidades educacionais, culturais, cívicas, desportivas e sociais. E agora estão sendo considerados a maior ferramenta da Secretaria Estadual de Educação para o combate à violência nas escolas, ao bullying e para o desenvolvimento de políticas que ajudem a educação pública do estado a sair do vermelho na qualidade de ensino. Segundo o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) de 2017 (último divulgado), o Rio de Janeiro está em 17º lugar, junto com Piauí, Amazonas e Roraima.

— Defendemos a participação do aluno como parte da solução. A ideia é que ele acompanhe o orçamento da escola, participe da escolha de programas e projetos tocados no ambiente estudantil e seja também um mediador de conflitos. A ideia é que desde os 11 anos o aluno aprenda a mediar, porque a mediação de conflito evita que pequenos conflitos se transformem em atos de violência nas escolas — diz o secretário estadual de Educação, Pedro Fernandes.

O novo grêmio do Ciep Zuzu Angel já experimentou a importância da mediação de conflitos. Quando organizou um campeonato de futebol inter-turnos, houve um princípio de confusão na semifinal que culminou na suspensão da decisão. O grêmio pediu ajuda à coordenadora pedagógica do Zuzu Angel, Solange Barbosa de Souza Barros, e a solução foi criar um novo evento para antes da disputa.

— Ela sugeriu que fizéssemos uma campanha de não violência, com a confecção de cartazes, faixas incentivando o respeito entre nós, acabando com os xingamentos que acabam acirrando os ânimos — explica a diretora de esportes do grêmio, Eduarda Vianna.

O Ciep José Maria Nanci atende aos moradores da Reta Velha, uma comunidade onde a água vem de fosso e não há rede de esgotos. Ali, foram criados os amigos Gabriel Bousquet e Jonathan Viana, ambos de 17 anos. No início do ano, criaram um projeto para combater a depressão na escola. Foram estimulados pela diretora Arlete Alves Galvão a formarem um grêmio na escola e ganharam a disputa entre duas chapas. Hoje, trabalham também pela integração com a comunidade:

— Fazemos campanhas de doação de sangue, realizamos eventos abertos à comunidade e estamos buscando doações para realizar uma grande festa para as crianças da comunidade. Isto vem aumentando a esperança de mudar a situação da nossa comunidade.

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