Guedes enriquece na tragédia
“Guedes ganhou 1 milhão de reais hoje e enriquece na tragédia”, diz Eduardo Moreira
Economista descreve o caso das offshores como um “escândalo monstruoso”. Ganhou dinheiro fazendo besteira, destruindo o País. Isso é diferente do rentismo, é o próximo nível do jogo. É você ganhar dinheiro destruindo”. Assista na TV 247
O economista Eduardo Moreira comentou o escândalo dos Pandora Papers - lista de empresários, políticos e celebridades que têm fortunas em offshores em paraísos fiscais -, que no Brasil atinge o ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e diversos empresários.
Eduardo Moreira explica, em participação na TV 247 na noite desta segunda-feira (4), que não é todo dinheiro que tá lá fora que seja ilegal, “embora eu ache que seja imoral”. “Só tem dois motivos para ter dinheiro em paraíso fiscal: não pagar impostos e esconder o dinheiro”, disse, afirmando que há “várias camadas, como se fosse uma cebola”, para esconder as fortunas nessas regiões, como as Ilhas Virgens Britânicas.
“Nenhum dos dois está pagando imposto para o país deles e ainda está gerando dinheiro e emprego em outros países. Um terceiro ponto: hoje a Bolsa derreteu e o dólar explodiu. Hoje, só hoje, pegando o dado da conta do Guedes que tava lá, ele ganhou 1 milhão de reais. Com o Brasil indo para o vinagre. Ele ganhou 1 milhão de reais com a tragédia”, disse.
“Estou falando hoje não é hoje atualmente, hoje nos últimos tempos. É hoje dia 4 de outubro, segunda-feira. Ganhou dinheiro fazendo besteira, destruindo o País. Isso é diferente do rentismo, é o próximo nível do jogo. É você ganhar dinheiro destruindo”, prosseguiu o economista. “Esses caras ganham dinheiro com o desastre brasileiro, com a tragédia”.
Ele define o caso como um “escândalo monstruoso”. “Nenhum dos dois avisou que tinha esses investimentos quando assumiu os cargos”, destacou. Ele lembrou ainda que decisões tomadas por esses dois políticos do governo têm efeito direto no crescimento de suas fortunas. “Vocês acham que esses caras podem estar ocupando esse cargo? E sem dizer que têm isso? E legislando e opinando sobre isso? E negociando? É um absurdo sem tamanho”.
Questionado sobre a lista dos empresários, que também consta dos Pandora Papers, como o dono da CNN, Rubens Menin, os donos da Prevent Senior e o financiador de blogueiros bolsonaristas e sites de fake news Otávio Fakhoury, Eduardo Moreira disse que “é hora de chamar Cazuza: a burguesia fede”. Ao todo, 25 sócios ou donos de 20 das maiores empresas do Brasil têm offshores em paraísos fiscais. O País é o quinto com a maior quantidade de pessoas citadas na lista.
“Esses empresários ficaram ricos com o suor de milhares de brasileiros e brasileiras, a maior parte negros e negras, pessoas que não ficaram com nada do que geraram de riqueza. Falam que são patriotas e o dinheiro dele nem está pagando imposto nem estão gerando empregos no Brasil. Esses empresários são patriotas?”, indagou Eduardo Moreira.
Rodamundo está na área.
Nesta segunda-feira (04/10), às 19h, Ana Prestes, Vanessa Martina, Stephanie Brito e Fernanda Forgerini debateram sobre a investigação Pandora Papers que revelou os paraísos fiscais de políticos e empresários pelo mundo.
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O Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ na sigla em inglês) apontou diversas personalidades, incluindo o ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central brasileiro, Roberto Campos Neto, que têm empresas 'offshores' em locais como Panamá e Ilhas Virgens Britânicas. Ainda de acordo com a investigação, os presidentes do Equador, Guillermo Lasso, e do Chile, Sebástian Piñera, também aparecem na lista dos que teriam ocultado milhões em paraísos fiscais.
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