Invisibilidade do funcionário de escola
Funcionários de escola: entre a invisibilidade e a exposição à Covid
O debate agora é o retorno presencial total pós recesso das aulas. Porém, os funcionários de escola já estão trabalhando presencial há muito tempo.
O que agrava (e muito) essa situação é o total descaso do governo do RS com essa parte importante da categoria que não recebe formação há muitos anos. Concurso público não temos mais. Hoje são apenas contratados ou terceirizados os vínculos novos com o Estado. A relação desses profissionais com o estado está cada dia mais precária. Colegas contratados e terceirizados não possuem plano de carreira e em consequência os menores salários.
Estão mais sujeitos a assédio moral, prática ainda comum na escola gaúcha. É urgente que o governo do RS faça um levantamento atualizado das demandas de pessoal das escolas e supra suas carências. Sem isso será insano reabri-las de forma presencial, chamando alunos e expondo-os, assim como os trabalhadores da educação.
Nossos funcionários já recebem os piores salários do setor público. Já são 7 anos sem qualquer reajuste salarial. Não podemos pôr nossas vidas em risco por um projeto de governo que desconsidera a vida desses trabalhadores.
É preciso dar um basta nesse governo. Segurança é o mínimo que exigimos para que nossos trabalhadores da educação possam exercer suas atividades profissionais com tranquilidade. É necessário imunizar todos os educadores e alunos. É preciso formação (treinamento), EPIs, condições de trabalho, dignidade e salário justo para nossos funcionários que com o seu trabalho possibilitam o funcionamento das escolas. E é com essa realidade que estão trabalhando na linha de frente nas escolas do estado, se expondo e expondo suas famílias.
Até o momento as escolas ainda estão funcionando com um número muito baixo de alunos devido ao bom senso e responsabilidade dos pais que não enviaram seus filhos devido a pandemia. Mesmo assim temos comprovado inúmeros casos de contaminação entre alunos, professores e funcionários.
Caso a educação retorne totalmente presencial após o recesso, nos preocupa muito a situação precária desses trabalhadores. Muitas escolas sequer possuem efetivo adequado para a manutenção do dia a dia, muito pior quando pensamos em higienização que requer um número muito maior de pessoas. As políticas adotadas por inúmeros governos que passaram pelo Piratini, de total descaso com essa importante parte de trabalhadores da educação, pode agora ser cobrada e com um valor altíssimo.
https://comunicacao-alcc.medium.com/jornal-alicerce-educa%C3%A7%C3%A3o-agosto-2021-474c0554b38a