Legitimidade trajetória de Daniel Cara

Legitimidade trajetória de Daniel Cara

Posicionamento público

A Campanha Nacional pelo Direito à Educação defende a legitimidade da trajetória do professor Daniel Cara e a agenda educacional que ele representa


 

Posicionamento Público (PDF)

 

30 de setembro de 2024.

 

No último sábado, 28, durante o debate promovido pela TV Record, o professor Daniel Cara foi alvo de ataques infundados proferidos pela candidata do partido NOVO à prefeitura de São Paulo, Marina Helena. Diante da difamação, é imperativo que defendamos a legitimidade da trajetória de Daniel Cara e a agenda educacional que ele representa, construída coletivamente ao longo de décadas na Campanha Nacional pelo Direito à Educação. 

Daniel Cara, coordenador honorário da Campanha e integrante de seu Comitê Diretivo, liderou esta organização por 14 anos, período em que acumulamos significativas conquistas para a legislação e as políticas públicas educacionais no Brasil. Seu comprometimento, solidez conceitual, coerência e liderança têm sido essenciais para o avanço de pautas que garantiram a universalização da educação básica, a ampliação de recursos para a educação pública e a defesa de uma educação emancipadora, inclusiva e crítica neste país.

A tentativa aviltante de descredibilizar Daniel Cara, hoje professor da Universidade de São Paulo, demonstra a ignorância de certos agentes políticos sobre o papel crucial que ele vem desempenhando na construção de políticas educacionais robustas e inclusivas para o Brasil. Daniel Cara representa uma agenda de direitos, construída por muitos/as e ancorada nos princípios da justiça social, da igualdade de oportunidades e do respeito às diversidades.

É igualmente inadmissível que os ataques contra Daniel Cara procurem distorcer o legado de Paulo Freire, um dos mais importantes pedagogos da história e cuja obra tem impacto global. Freire é referência não apenas no Brasil, mas em diversas partes do mundo, sendo citado e reconhecido em universidades, centros de pesquisa e políticas públicas de educação em países como Estados Unidos, Canadá, Noruega, Índia e muitos outros. Seu livro Pedagogia do Oprimido é um dos clássicos mais citados nas ciências sociais e humanas, traduzido para mais de 20 idiomas e adotado em escolas e universidades cuja formação é pautada por uma educação crítica e emancipadora. As relatorias da ONU pelo direito à educação têm Paulo Freire como referência; há salas dedicadas a ele em espaços de tomada de decisão globais, como no Palais Wilson, em Genebra, e na sede regional da Unesco, em Santiago.

O modelo de educação defendido por Paulo Freire — e por Daniel Cara — é o de uma educação que vai além do simples repasse de conteúdos. É uma educação dialógica, que visa à formação de sujeitos críticos e autônomos, capazes de transformar a realidade em que vivem. É isso o que defende Daniel Cara: uma educação pública, democrática e de qualidade para todos/as, que respeita e promove as diversidades e que busca combater desigualdades estruturais.

Assim, não se pode desqualificar uma candidatura que tem Daniel Cara como colaborador. Pelo contrário: feliz é a candidatura que pode contar com um educador desse calibre para formular suas propostas para a educação. As contribuições de Daniel Cara para a Campanha Nacional pelo Direito à Educação produziram avanços que, hoje, são pilares fundamentais das políticas públicas de educação do nosso país. Daniel está à frente da luta por uma educação inclusiva e transformadora, e qualquer ataque à sua trajetória é, na verdade, um ataque às conquistas e direitos que lutamos para garantir para o nosso povo.

 

Assina o Comitê Diretivo da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.

 

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A Campanha Nacional pelo Direito à Educação (Campanha) surgiu em 1999, impulsionada por um conjunto de organizações da sociedade civil que participaria da Cúpula Mundial de Educação em Dakar (Senegal), no ano 2000. O objetivo era somar diferentes forças políticas, priorizando ações de mobilização, pressão política e comunicação social, em favor da defesa e promoção dos direitos educacionais. Hoje, com mais de 300 membros e presente em todos os estados e no DF, é considerada a articulação mais ampla e plural no campo da educação no Brasil, constituindo-se como uma rede que articula centenas de grupos e entidades distribuídas por todo o país, incluindo comunidades escolares; movimentos sociais; sindicatos; organizações não-governamentais nacionais e internacionais; grupos universitários, estudantis, juvenis e comunitários; além de milhares de cidadãos que acreditam na construção de um país justo, democrático e sustentável por meio da oferta de uma educação pública de qualidade. A missão da Campanha é atuar pela efetivação e ampliação das políticas educacionais para que todas as pessoas tenham garantido seu direito a uma educação pública, gratuita, inclusiva, laica, e de qualidade no Brasil.
 

(Foto: Campanha Nacional pelo Direito à Educação)

 

FONTE:

https://campanha.org.br/noticias/2024/09/30/posicionamento-publico/ 




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