Eduardo Leite extingue mais de 40 mil matrículas na EJA
Enquanto Eduardo Leite (PSDB) propaga aos quatro cantos o discurso mentiroso de que investe no ensino público gaúcho, dados levantados pelo Dieese, a partir de informações do Censo Escolar 2021, constatam que – ao invés de avançar – a educação desanda.
O Rio Grande do Sul é o estado que registrou maior queda no número de matrículas na Educação de Jovens e Adultos (EJA), em 2019, com extinção de 40 mil inscrições, o que corresponde a uma redução de 56%.
Os dados são preocupantes e acendem um alerta sobre o futuro da EJA no RS. Em 2019, havia 71.703 estudantes matriculados em aulas desta modalidade; já, em 2021, o número caiu para 31.552.
Ao todo, 258 municípios não registram matrículas de EJA através da rede estadual, o que corresponde a 51,9%.
Além disso, 178 cidades (35,8%) não registram matrículas para jovens e adultos nem pela rede estadual e nem pela rede municipal de ensino.
Dos municípios que registravam matrículas na rede estadual em 2019, 40 deixaram de inscrever em 2021; e 14 cidades apontam queda superior a 80% no número de matrículas nas instituições de ensino estaduais.
Tabela 1 – Municípios que em 2021 registraram queda superior a 80% no número de matrículas EJA em comparação com 2019 na rede estadual de ensino Rio Grande do Sul, 2021
Vale destacar que, em 2021, milhares de jovens e adultos(as) padeceram com a espera na homologação de suas matrículas na modalidade. A liberação das mesmas só foi realizada após muita pressão do CPERS e das instituições de ensino.
Os números comprovam que o maior legado que o governador deixa para o Rio Grande do Sul é a destruição da educação pública.
O projeto neoliberal do governo de enxugamento da rede segue a passos largos nos últimos anos, aprofundado à política de fechamento de turmas e escolas, redução do número de matrículas da EJA e desvalorização dos educadores(as), cujo poder de compra foi reduzido para mais da metade da inflação.
O CPERS segue na luta cobrando do governo políticas concretas que valorizem a educação pública gaúcha e os educadores(as). Desde o dia 22, o Sindicato percorre todo o estado com a #CaravanaDaVerdade para desmascarar as mentiras de Eduardo Leite (PSDB).
Censo Escolar comprova intenção de Eduardo Leite de acabar com os NEEJAs
Eduardo Leite (PSDB) mais uma vez ataca a Educação Pública, agora, o foco do governo são os Núcleos Estaduais de Educação de Jovens e Adultos (NEEJAs). Na última semana, o governo encaminhou ofício para as Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) comunicando o enxugamento e remanejamento do quadro de professores(as) dos NEEJAs.
Desta forma, Leite retira dos jovens e adultos a possibilidade de acabarem os estudos e conseguirem uma oportunidade melhor no mercado de trabalho, destruindo desta maneira milhares de sonhos.
Em uma pesquisa realizada pelo Dieese, com dados do Censo Escolar 2021, na rede estadual de ensino no Rio Grande do Sul, haviam 2.182 matrículas na modalidade.
Atualmente, dos 497 municípios gaúchos, apenas 18 contam com oferta do NEEJA (Tabela 1).
O documento também compara o ano de 2019 com 2021, verificando que pelo menos cinco municípios deixaram de ofertar a modalidade, são eles: Canoas, Carazinho, Caxias do Sul, Pelotas e Soledade.
Constatou-se na pesquisa a redução de núcleos nos municípios, por exemplo, Porto Alegre. Em 2019, a capital contava com sete núcleos, em 2021, passou a registrar apenas quatro. Isso ocorreu também em Cruz Alta, Passo Fundo e Santo Ângelo.
Também foi verificado que os municípios de Frederico Westphalen, Lajeado, Santo Cristo, Tenente Portela e Venâncio Aires passaram a ofertar a modalidade no ano de 2021.
O estudo concluiu que mesmo considerando que embora alguns núcleos foram fechados e outros abertos, para a comunidade o saldo é negativo. Em 2019 havia, de acordo com os registros no Censo – que é preenchido pela própria entidade de ensino -, na rede estadual, um total de 29 núcleos e em 2021 passou para 23, ou seja, seis núcleos a menos em um espaço curto de tempo.
Luta para assegurar os NEEJAs
O CPERS juntamente com os seus 42 núcleos, repudia essa ação e conclama todos para um movimento que garanta o direito à educação e ao emprego dos educadores(as). Exigimos a imediata suspensão da orientação encaminhada e o restabelecimento das condições anteriores.
“É necessário resistirmos, educação de qualidade se faz com professores para atenderem dignamente os alunos das nossas escolas. Vamos defender os NEEJAs porque é importante que aqueles que não puderam estudar em seu momento escolar, e que voltaram para a escola, tenham esse esforço reconhecido e condições para desenvolver o seu conhecimento”, destaca a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer.