Leite mente e despreza aposentados
Eduardo Leite mente e reforça seu desprezo pelos aposentados
Em entrevista ao vivo para todo o Rio Grande do Sul, no Jornal do Almoço desta terça-feira (8), o governador Eduardo Leite (PSDB) fez valer o seu título de inimigo número um dos servidores(as) públicos estaduais.
Além de tentar justificar o injustificável, declarou que concedeu 80% de aumento líquido aos educadores(as) gaúchos(as). Mas deixamos o questionamento: quem aqui recebeu todo esse montante de reajuste desde o início do governo Leite?
Para piorar, o governador se esquivou de questionamentos importantes e, novamente, deixou explícito o seu desprezo pelos aposentados(as), colocando-os como culpados da atual situação de desvalorização salarial dos trabalhadores(as) da educação.
>> Confira abaixo alguns pontos de destaque na entrevista:
Obras atrasadas nas escolas
O primeiro ponto abordado na conversa foi o único que deixou o governador levemente desconcertado. Com relato de estudantes e educadores(as) que esperam há anos a reforma de uma escola em Cruz Alta, Leite tentou justificar o atraso no início das obras, mas esqueceu de mencionar que seu mandato é mais longo do que os seis meses desde que voltou ao Palácio Piratini e que faltou levantar da cadeira e priorizar, de fato, a educação.
Desconto da insalubridade
Este é um dos temas mais importantes para a categoria, mas, lamentavelmente, foi pouco explorado na entrevista. Quando questionado, Leite se esquivou e respondeu somente com a informação de que pensa em uma reestruturação na carreira dos funcionários(as) de escola, mas que no momento essa reformulação teria que esperar, devido à Lei de Responsabilidade Fiscal.
Conforme denúncia do CPERS, servidores(as) de escola que tiveram o reconhecimento do pagamento da insalubridade – publicado no Diário Oficial no dia 28 de setembro de 2021 – deveriam receber o pagamento retroativo desses valores na folha de junho/2023. No entanto, em função da desumana forma de cálculo praticada pela atual gestão, os trabalhadores(as) que recebem um completivo, em função de seus salários não atingirem o piso do salário mínimo regional (R$ 1.570,36), tiveram esse direito surrupiado, já que o governo pagou e descontou os valores no mesmo contracheque.
Valorização salarial dos funcionários(as) de escola
Durante a entrevista, o governador afirmou não poder dar reajuste devido à Lei de Responsabilidade Fiscal, mas deixou de mencionar o fato de que, de acordo com essa Lei, ele poderia, com um aceno de humanidade, atender às reivindicações da categoria. Contudo, opta por negar aos servidores(as) com os menores salários do estado – que registram redução salarial pela não reposição da inflação de mais de 50% – o direito constitucional de não reduzir salários e o direito à saúde, uma vez que estão expostos em ambientes insalubres sem receber por isso. É isso que o governador nega: alimentos e saúde para os que menos ganham!
Mas afinal de contas, quanto representa esses ajustes para os cofres do Estado?
Em simulação elaborada pelo Dieese, o valor não pago de insalubridade (que segundo o Departamento está superestimado, em função do limite ao acesso a informações), representa cerca de 0,01% da despesa total de pessoal do Estado. Portanto, confirma-se que o que falta é vontade política.
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