Reformulação de carreiras e reajuste

Reformulação de carreiras e reajuste

Leite propõe reformulação de carreiras, reajustes salariais, contratações temporárias e novo sistema de promoções

Pacote foi detalhado nesta terça-feira (16). Impacto é estimado em R$ 3 bilhões até o fim de 2026; governo almeja colocar em votação na sexta-feira. As medidas abrangem 108 mil servidores, entre ativos e inativos

 

Paulo Egídio / Agencia RBS

Projeto foi detalhado pelo governador em entrevista coletiva nesta terça-feira (16).
Paulo Egídio / Agencia RBS

 

A proposta de reforma nas carreiras do funcionalismo elaborada pelo governo Eduardo Leite inclui reajustes salariais para diferentes carreiras, adoção de pagamento por subsídio, alteração no sistema de promoções de servidores e extinção de cargos vagos.

Também está previsto reajuste de 12,49% para agentes da segurança pública, contratação de 2,5 mil servidores temporários para a reconstrução e ampliação das estruturas da Defesa Civil e da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs), agência responsável por fiscalizar serviços concedidos, como a energia elétrica. 

As medidas abrangem 108 mil servidores, entre ativos e inativos. A projeção é de um impacto de R$ 3 bilhões nas contas estaduais até o final de 2026. Por ano, a estimativa é de um custo entre R$ 1,2 bilhão e R$ 1,5 bilhão.

O plano do governo é enviar três projetos à Assembleia Legislativa na quarta-feira e colocá-los em votação dois dias depois, na sexta. A operação é possível já que a Assembleia entra em recesso na quarta e, com isso, Leite fará uma convocação extraordinária dos deputados. 

O pacote foi detalhado pelo governador em entrevista coletiva nesta terça-feira (16). Mais cedo, Leite também se reuniu com deputados da base aliada.

Na apresentação à imprensa, o governador disse que o objetivo da reestruturação é padronizar remuneração de cargos semelhantes e aplacar a perda de profissionais para outros entes públicos ou para o setor privado, em razão da defasagem nos vencimentos.

Leite reconheceu que a necessidade de melhorar as carreiras é discutida desde o ano passado e foi agravada com o desastre climático de maio, visto que o governo será mais exigido pela reconstrução 

— Esse governo acredita que o Estado não deve ser empreendedor, mas tem uma função importante de estar a serviço da sociedade e o servidor personifica essa atividade. Hoje temos dificuldades de atrair e reter talentos em várias carreiras — declarou.

O governador admitiu que visa aprovar as medidas rapidamente porque o Estado está em vias de atingir o limite de gastos com pessoal definido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. No entanto, ponderou que essa condição é temporária, em razão da perda de arrecadação durante a calamidade.

— Esse desenquadramento é circunstancial, mas a lei despreza o fato de ser circunstancial, ela é fria. Se ficarmos mais um ano sem tratar desse assunto, isso vai impor sofrimento ao serviço público no momento que o Estado mais será demandado — afirmou. 

O projeto apresentado inclui servidores de escola, mas não abrange os professores da rede estadual. A categoria teve o plano de carreira modificado em 2020 e recebe reajustes anuais em razão da correção do piso nacional do magistério.

A alteração nas carreiras estaduais era estudada desde o ano passado pela Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG). Desde a semana passada, a titular da pasta, Danielle Calazans, se reuniu com diversas entidades e sindicatos de servidores para conversar a respeito do projeto.

O que está previsto

1) Reestruturação de carreiras
  • Proposta abrange 39.082 servidores, sendo 59% ativos e 41% inativos.

  • Estão incluídos nesse rol: analistas, integrantes do quadro geral, técnicos nível médio, guarda-parques, servidores dos quadros do Planejamento, Saúde, Pesquisa (das antigas fundações FEE e Fepagro), servidores de escola, servidores da procuradoria-geral e servidores de oito autarquias (Daer, Agergs, Irga, Detran, Junta Comercial, IPE Saúde e IPE Prev).

  • Governo pretende melhorar a remuneração dos servidores, alinhando o que é pago em outros Estados e na União.

  • Será adotado o pagamento por subsídio, incorporando atuais salários e gratificações relativas à carreira; nos casos em que a soma do salário e dessas gratificações superar o subsídio, o valor extra formará uma parcela, que será absorvida em futuros reajustes.

  • Gratificações pessoais ficarão fora do subsídio, em uma parcela em separado, que não será incorporada aos reajustes.

  • Avanços na carreira (promoções e progressões) serão atrelados à avaliação de desempenho do servidor.

  • Carreiras serão escalonadas em três níveis (I, II e II) e cinco graus (de A a F).

  • A implantação será escalonada, entre janeiro de 2025 e outubro de 2026.

  • Nenhum servidor terá redução na remuneração.
2) Administração Indireta
  • Reajuste na remuneração de funções de diretoria, chefia e assessoramento, para equalizá-la com os mesmos cargos de secretarias estaduais.

  • Extinção de 290 cargos de autarquias.
3) Ampliação da Agergs
  • Aumento do número de servidores da agência, que regula e fiscaliza serviços concedidos, como a energia elétrica.

  • Projeto estipula ampliação da autonomia administrativa, financeira e funcional da agência, além da expansão da área atuação, incluindo iluminação pública e transporte ferroviário.

  • Agergs terá de apresentar plano de metas e prestação de contas, com relatório anual de atividades e indicadores de desempenho.
4) Ampliação da Defesa Civil
  • Criação de 102 funções gratificadas (FGs) para atuação no órgão.

  • Instituição do Centro Estadual de Gestão Integrada de Riscos e Desastres (Cegird).

  • Texto vai prever elaboração de planos e protocolos de contingência, para testar e coordenar as comunidades frente aos diferentes desastres.
5) Reajuste para segurança pública
  • Concessão de 12% de reposição a servidores da Polícia Civil, Brigada Militar, Corpo de Bombeiros, Instituto-Geral de Perícias e Susepe.

  • Correção será paga em três parcelas, em janeiro de 2025, outubro de 2025  e outubro de 2026.

  • Abrange 69,5 mil vínculos, sendo 51% ativos, 48% inativos e 1% pensionistas.
6) Contratações temporárias
  • Autorização para contratação de 2,5 mil funcionários temporários para  auxiliar na reconstrução.

  • Desse contingente, 30% será contratado em outubro de 2024 e o restante em abril de 2025.

 

 FONTE:

https://gauchazh.clicrbs.com.br/politica/noticia/2024/07/leite-propoe-reformulacao-de-carreiras-reajustes-salariais-contratacoes-temporarias-e-novo-sistema-de-promocoes-clyol1tj600du013j8sdfpl0p.html 

 

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Cpers deve apoiar projeto do governo Leite que reformula carreiras do funcionalismo

Sindicato entende que inclusão de reajustes para servidores de escolas é "um avanço"

HENRIQUE TERNUS

Felipe Dalla Valle / Divulgação
Frederico Antunes recebeu presidente do Cpers, Helenir Schürer (centro).
Felipe Dalla Valle / Divulgação
 

O jornalista Henrique Ternus colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço

Cpers, sindicato que representa os profissionais da rede estadual de educação, deve apoiar a proposta do governo Eduardo Leite de reforma nas carreiras do funcionalismo. A categoria entende que foi contemplada com a inclusão de reajustes para agentes educacionais, nome técnico dado aos servidores de escolas.

Após anúncio das medidas pelo governador na manhã desta terça-feira (16), representantes da categoria reuniram-se com o líder do governo na Assembleia, deputado Frederico Antunes (PP). Por parte do parlamentar, há o entendimento de que o Cpers deu aval ao projeto.

Depois de ouvir as demandas do sindicato, Antunes ligou para o governador Leite na presença da presidente do Cpers, Helenir Schürer, para confirmar que o projeto contempla reajustes para servidores de escolas.

— Uma das reivindicações que tínhamos era de que o agente educacional fosse contemplado e isso soubemos que será. É um avanço. Estamos aguardando o projeto de lei para analisarmos e definirmos nossa posição — afirma Helenir.

Os integrantes da diretoria do sindicato também conversaram, por chamada de vídeo, com a secretária estadual do Planejamento, Danielle Calazans. Dela, os sindicalistas ouviram a confirmação de que haverá aumento real para servidores de escolas do Estado.

De acordo com a proposta, os cargos nas áreas de manutenção e infraestrutura e alimentação se tornarão agentes educacionais I, cuja remuneração inicial passa de R$ 1,7 mil para R$ 2 mil e o salário final de R$ 2,3 mil para R$ 4 mil. 

Os profissionais escolares da administração escolar (assistente financeiro e interação com o educando) passarão a ser agentes educacionais II, conforme o projeto. Os vencimentos devem passar dos iniciais R$ 1,7 mil para R$ 3,5 mil. O salário final pula dos R$ 2,3 mil para R$ 7 mil.

Em nota enviada à coluna, o Cpers reforça que irá se manifestar somente após ter acesso ao teor do projeto (o que não ocorreu até a noite desta terça), mas que a inclusão das agentes educacionais I é "uma vitória da pressão, da luta e da busca do diálogo".

Plano do Estado para os servidores

proposta anunciada por Leite inclui reajustes salariais para diferentes carreiras, adoção de pagamento por subsídio, alteração no sistema de promoções de servidores e extinção de cargos vagos.

As medidas abrangem 108 mil servidores, entre ativos e inativos. A projeção é de um impacto de R$ 3 bilhões nas contas estaduais até o final de 2026.

Três projetos de lei com as alterações devem ser encaminhados à Assembleia nesta quarta (17). A votação deve ocorrer na sexta (19), em sessão extraordinária, às 9h ou às 13h.

FONTE:

https://gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/rosane-de-oliveira/noticia/2024/07/cpers-deve-apoiar-projeto-do-governo-leite-que-reformula-carreiras-do-funcionalismo-clyoqsl62007c01biq4emwld4.html

 

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Pacote para os servidores vai ao limite da responsabilidade fiscal

Impacto é de R$ 3 bilhões até o final de 2026, mas despesas seguem pesando nos anos seguintes 

Mauricio Tonetto / Divulgação
Eduardo Leite (centro) apresentou proposta à base aliada nesta terça-feira.
Mauricio Tonetto / Divulgação


Não faltarão votos para aprovar, na convocação extraordinária, os três projetos do governo do Estado que tratam de reajuste de servidores, reorganização de carreiras e contratação emergencial de pessoal para áreas críticas, como o reforço da Defesa Civil e a prevenção de desastres climáticos.

O governo foi ao limite da Lei de Responsabilidade Fiscal para propor correções que estavam previstas desde o início do ano e incorporar novas demandas decorrentes da necessidade de reconstruir o que a enchente de maio destruiu.

O impacto dos projetos é calculado em R$ 3 bilhões até o final de 2026, quando termina o governo de Eduardo Leite. É um valor bastante significativo quando se considera o conjunto das despesas com pessoal e sua relação com a receita. 

Sem possibilidade de aumentar impostos, o governo terá de trabalhar pelo crescimento da economia (o que também depende de fatores externos) para fechar as contas e não extrapolar o limite de comprometimento da receita com despesas de pessoal.  

Ao longo de 2023, ano em que todos os salários ficaram congelados — com exceção dos professores, que têm plano de carreira vinculado ao piso nacional do magistério —, a Secretaria do Planejamento fez um estudo detalhado de cada carreira. Comparando com Estados similares ao Rio Grande do Sul, identificou distorções em várias delas

O governador prometeu que faria as correções neste ano, mas veio a enchente e atrasou a apresentação da proposta, que será votada na sexta-feira (19), em sessão extraordinária, às 9h ou às 13h.

Como o processo nas votações em convocação extraordinária é sumário, não haverá tempo para análise detalhada por parte das bancadas. O que garante a aprovação é o compromisso dos deputados com os servidores públicos, que foram bastante arrochados no primeiro governo de Leite, com as reformas administrativa e previdenciária.

A pressão dos servidores da segurança, principalmente, vinha sendo insuportável. Com habilidade, o secretário Sandro Caron conseguiu conter a insatisfação e garantiu números positivos nos principais indicadores de segurança para sustentar a importância de manter os policiais motivados.

As críticas da Federasul ao reajuste, antes do anúncio, não impediram que Eduardo Leite apresentasse os três projetos que boa parte do empresariado considera incompatível com a situação da economia do Estado. O entendimento do governo é de que não há como reconstruir o Rio Grande do Sul sem os servidores públicos.  

Aliás

Por não prever reajuste linear e contemplar apenas uma parte dos servidores, os projetos encaminhados pelo governo à Assembleia produzirão uma legião de descontentes, mas o governo sustenta que não há margem no orçamento para avançar nas propostas.

FONTE:

https://gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/rosane-de-oliveira/noticia/2024/07/pacote-para-os-servidores-vai-ao-limite-da-responsabilidade-fiscal-clyosfe8n007o01bipl4z3vtm.html 




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