Lenta morte do professor
A LENTA morte do professor!
Escrevo essas palavras sentado em um banco de parque.
Acho que o sentimento de angústia com a carreira de professor é um sentimento coletivo, compartilhado por meus colegas.
Estão nos matando, uma morte por sufocamento! Nos tiram o ar a cada desconto salarial.
Eduardo Leite/PSDB, um tucano típico, que se esconde atrás de seu Arco-íris, para não mostrar o que é, um Bolsonarista envergonhado. Essa foi sua opção, não condição.
Seguindo as políticas ultraneoliberais a lá Pauno Guedes, ele destrói professores aposentados, com desconto de previdência após aposentados.
Acelera assim suas mortes.
Me sinto remando contra uma forte correnteza, tentando manter-me respirando.
Matam nossa poesia, nossa alma de educador.
Sete anos de salário congelado, descontos intermináveis e insegurança salarial matam materialmente, mas o pior é a morte de nossa alma de educador.
Ainda sinto a empolgação de educar, aquela satisfação de ensinar e ver o aluno se interessar.
Mas a correnteza me leva, tento me agarrar às margens, em cada galho, em cada oportunidade de lutar contra um Projeto Educacional que quer apenas novas "peças" saindo de uma escola/fábrica/empresa, munidos com habilidades e polidos de competências para o Deus Mercado.
Estão nos moendo, alunos e professores, como no vídeo clipe da clássica música do Pink Floyd: Another Brick in The Wall. Ei, governador, deixe a Educação em PAZ! ...cantaria em uma adaptação da música.
Mas sei que amanhã, acordarei cedo, beberei meu café forte, e partirei para mais um dia nadando contra a correnteza.
Mas enfrentar isso esgota, e a cada dia me sinto mais cansado.
Está difícil!
E a sociedade apenas observa, e ninguém nos atira uma bóia.
Sinto a poesia de educar afogando-se . . .
Eric Vargas: professor de História, Filosofia e Sociologia da Rede Pública Estadual do RS.