Livros, remédio para ignorância

Livros, remédio para ignorância

'Livros são o remédio que cura ignorância', diz fenômeno nas redes

  • Sofia Pilagallo, do R7*       
Adriel Oliveira adquiriu o gosto pela leitura aos 5 anos de idade

Adriel Oliveira adquiriu o gosto pela leitura aos 5 anos de idade  Reprodução: Instagram

 

Para Adriel Oliveira, 12 anos, de Salvador, na Bahia, "livros são o remédio que cura a ignorância". Com o objetivo de incentivar a leitura, o menino criou o projeto "Livros do Drii", um perfil no Instagram para compartilhar resenhas literárias e indicar títulos. Hoje, ele ultrapassa a marca de 700 mil seguidores.

"A ideia surgiu quando eu tinha 9 anos, por incentivo de uma prima. Ela gosta muito de ler e tem um perfil no Instagram em que compartilha resenhas de livros. Quando soube, fiquei tentado a fazer o mesmo", conta.

O gosto pela leitura, no entanto, surgiu bem antes disso. Quando Adriel tinha 5 anos, sua mãe o inscreveu em um concurso para conseguir uma bolsa em um colégio particular, onde estuda até hoje. "Na época, eu não sabia nem ler nem escrever, mas como sabia que não poderia perder essa oportunidade, me dediquei ao máximo e aprendi. Desde então, sou apaixonado por livros."

Apesar de "ler de tudo", segundo ele, seu gênero literário favorito é ficção. A clássica obra O Pequeno Príncipe, do autor francês Antoine de Saint-Exupéry, ocupa um lugar especial em seu coração.

"Gosto muito desse livro por conta do ensinamento que ele traz. Ele passa a mensagem de que as crianças não devem querer crescer tão rapidamente, porque uma vez que se torna adulto, não há como voltar atrás e recuperar o tempo perdido", afirma.

Adriel também já leu Pequeno Manual Antirracista, da escritora e filósofa brasileira Djamila Ribeiro. Para ele, conscientizar a sociedade sobre a importância do combate ao racismo é fundamental.

Adriel já leu "Pequeno Manual Antirracista", de Djamila Ribeiro

Adriel já leu "Pequeno Manual Antirracista", de Djamila Ribeiro      Reprodução: Instagram

Em 27 junho deste ano, o garoto foi surpreendido com uma mensagem de cunho racista que recebeu pelo Instagram. O agressor, que não teve sua identidade revelada, disse, entre outras coisas, que "preto não deveria estar lendo". Adriel fez questão de expor o ocorrido e respondeu à altura.

"Aprende a escrever, cara. Isso não é um insulto, e sim um conselho. Em pleno século 21, as pessoas ainda são racistas? Atualizem-se. Esse tipo de coisa não me abala. Aliás, tenho orgulho de ser negro", escreveu. A resposta viralizou e o levou a ganhar milhares de seguidores.

Para ele, obras como Pequeno Manual Antirracista deveriam ser lidas por todas as pessoas. "Em uma linguagem simples, que todos podem entender, a autora discorre sobre como os negros não ocupam os espaços de poder, e como a sociedade deveria perceber isso para que haja uma mudança nesse sentido."

Por esses e outros tantos motivos, Adriel reforça seu lema de vida. "Livros são o remédio que cura a ignorância. A partir deles, se adquire conhecimento, cultura e tudo que há de bom. Meu conselho para as pessoas é: leiam. Apenas leiam."

"Também nunca parem de sonhar. Não deem ouvidos a pessoas que dizem que você não vai conseguir conquistar seus sonhos ou que você sonha alto demais. Me diziam isso o tempo todo e hoje estou aqui, com milhares de seguidores e mudando de vida", completa.

*Estagiária do R7 sob supervisão de Karla Dunder

https://noticias.r7.com/educacao/inep-prorroga-prazo-ate-o-dia-8-para-inserir-foto-no-sistema-do-enem-01102020 




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