Luta contra a reforma administrativa
Quando os sindicatos irão organizar a luta contra a reforma administrativa?
A reforma administrativa aprovada recentemente pela CCJ segue seus trâmites para a aprovação, passará por uma comissão especial, pelo plenário geral e depois ao senado. Uma reforma que que ataca direitos dos servidores dizendo “cortar privilégios”, mas que na verdade atinge a educação e a saúde (diante de uma pandemia), cortando direitos de trabalhadores que recebem no máximo 3 salários mínimos.
Taciana Garcia quarta-feira 2 de junho| Edição do dia
Essa reforma escancara a demagogias de setores que se dizem preocupados com a pandemia, quando se articulam na CPI da Covid, como opositores do governo, mas se juntam com o Congresso para passar essa reforma que terá um efeito devastador nos serviços públicos, incluindo a saúde.
Entenda Melhor: 3 em 1: reforma administrativa ataca direitos, privatiza e aperfeiçoa nepotismo
Barrar essa reforma e revogar todas as reformas que retiram direitos e que vem desde o golpe institucional, como as reformas trabalhista e da previdência, não será possível se apoiando no teatro da CPI da COVID e muito menos esperando passivamente pelas eleições de 2022.
No último sábado, 29 de maio, houve uma enorme expressão do descontentamento de diversos setores de trabalhadores e jovens com o governo Bolsonaro. Dezenas de milhares foram para as ruas e mostraram a enorme disposição de luta que há diante da política genocida de Bolsonaro, mas também de todos os efeitos das obras econômicas do regime do golpe institucional, como a fome, a miséria e a precarização.
Diante desse cenário é fundamental batalhar por uma política que massifique a luta que se iniciou no dia 29M, se apoiando nessa força para questionar a aprovação da reforma administrativa e da revogação de todas as reformas.
Os sindicatos precisam romper com sua paralisia e organizar assembleia de base que dê aos trabalhadores voz e voto para que se decidam os rumos dessa luta. A força demonstrada nas ruas dia 29 tem que servir de força motora para questionar a aprovação da reforma administrativa que piorará ainda mais as condições de vida da população. Já passou da hora das centrais sindicais como a CUT, organizarem suas bases. É necessário uma política que unifique trabalhadores e estudantes, sem nenhuma confiança nas saídas institucionais como a CPI da Covid, um teatro da política nacional, ou a espera passiva pelas eleições de 2022.
Enquanto Lula e o PT, que dirige a CUT, uma das maiores centrais sindicais da América Latina, junto a alguns setores da esquerda seguem apontando essas saídas institucionais que se mostram não só insuficientes mas totalmente adaptadas ao regime do golpe e ao golpismo que abriu caminho para a situação que estamos hoje, o descontentamento das massas se expressou nas ruas no 29M e apontou o caminho de uma luta que pode fato questionar não o Bolsonaro, mas Mourão os militares e todo o regime do golpe institucional.