MEC escancara estrutura paraestatal
Caso MEC escancara estrutura paraestatal, lembra Weiller Diniz
Em entrevista, jornalista lembra que acesso à verba era facilitado por conta de tráfico de influência – e que Ribeiro deixou claro em igreja
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Prédio do Ministério da Educação. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O caso envolvendo o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e os pastores lobistas Gilmar Santos e Arilton Moura escancara uma estrutura parestatal vigente no governo de Jair Bolsonaro.
“Toda aquela questão de acesso a verba pública era facilitada em função de um privilégio, de um tráfico de influência que esses pastores, que o próprio ex-ministro da Educação chegou a confessar em um púlpito que ele imaginava secreto e viera a público, que era uma demanda do Presidente da República”, lembra o jornalista e assessor Weiller Diniz.
Em conversa com os jornalistas Luis Nassif e Marcelo Auler na TV GGN 20 horas, Diniz aponta ainda a manifestação do delegado que coordena o inquérito e do próprio Ministério Público Federal (MPF) no sentido de que existir a intenção de blindar a investigação.
“Além de tudo que foi exibido e demonstrado nesse contexto da questão do MEC, que o Bolsonaro ainda insiste em tentar fazer a PF da sua Gestapo, mas mostra também de outro lado que parte da corporação reage a isso”, afirma Weller Diniz.
“Existem vários elementos gravíssimos de delegados do Ministério Público, de conversas mostrando que houve uma tentativa de instrumentalização e de blindagem desse inquérito. Ou seja, é impossível politicamente você conter um CPI dessa magnitude, dessa gravidade”.
Mantra governista: o segredo
De acordo com Diniz, um dos mais religiosos e fundamentais mantras para o governo Bolsonaro é o secretismo. “Tudo que ameaça, tudo que representa algum tipo de problema é colocado imediatamente sob o sigilo sepulcral de 100, 15, 20 anos”.
Entre os sigilos colocados pelo governo federal estão os contratos da Covaxin e da AstraZeneca, além da própria carteirinha de vacinação do presidente Jair Bolsonaro.
“O segredo é a máxima desse Estado, a máxima desse governo aliado a alguns outros elementos que não é apenas os seletos que dificultam o acesso”, diz Weiller Diniz.
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