Melhores escolas públicas do RS

Melhores escolas públicas do RS

Conheça as melhores escolas da rede pública do Rio Grande do Sul, segundo o Ideb 2019

Entre colégios municipais, estaduais e federais, alguns se sobressaíram no indicador divulgado pelo Ministério da Educação

GUILHERME JUSTINO

As melhores escolas públicas do Rio Grande do Sul formam uma mistura heterogênea de cidades, redes e realidades. Há colégios municipais, estaduais e federais, desde unidades militares reconhecidas há anos até instituições de pequenas cidades gaúchas que não costumam figurar nas listas de destaques em educação. Envolvem alunos da Serra, da Capital, do Norte. São, enfim, o retrato de que há muitos bons – e variados – exemplos no ensino público do Estado. 

O que permite que se chegue a tais conclusões é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2019, divulgado na terça-feira (15) pelo Ministério da Educação (MEC). Divulgado a cada dois anos, o Ideb é um dos principais indicadores da qualidade do ensino público no Brasil, e permite que toda a sociedade acompanhe se determinada escola ou rede, seja ela municipal ou estadual, está assegurando o direito de aprendizagem dos estudantes.

Em geral, considerando o desempenho das redes pública e privada, o ensino gaúcho superou a média brasileira nos anos iniciais do Ensino Fundamental, teve a mesma média nacional nas escolas de Ensino Médio e ficou abaixo do resultado brasileiro nos anos finais do Ensino Fundamental. Um desempenho intermediário, se comparado com o do restante do Brasil. Mas há vários exemplos positivos no Estado.

No Ensino Fundamental, o grande destaque é a Escola Municipal de Ensino Fundamental Santa Cruz, em Farroupilha, na Serra, que obteve o maior índice tanto nos anos iniciais (1º ao 5º ano) quanto nos finais (6º ao 9º ano). Farroupilha, aliás, é presença frequente nessas listas: aparece com escolas entre as 10 melhores desde o início do Ensino Fundamental até o final do Ensino Médio. Da rede federal, apenas os colégios militares de Porto Alegre e de Santa Maria constam no topo dessas listas no início da educação básica.

Já no Ensino Médio, destaque para os colégios Tiradentes da Brigada Militar, que aparecem em seis dos 10 primeiros lugares. O topo ficou com a unidade de Ijuí, única escola do Rio Grande do Sul a atingir índice superior a 7 no Ideb 2019. A qualidade do Ensino Médio nos colégios Tiradentes já havia despontado em outro levantamento, que apontou as escolas gaúchas com maiores médias no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). A exigência de um minivestibular para entrar e a melhor condição financeira das famílias são as causas apontadas por educadores para explicar por que os colégios Tiradentes têm as maiores médias entre todas as escolas estaduais do Rio Grande do Sul.

Nesta edição do Ideb, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) aplicou apenas testes amostrais na rede privada, o que inviabilizou a divulgação de conceitos individuais para cada escola. O que se obteve das escolas particulares, assim, foi só o índice geral, como uma média de todas, e não o desempenho de cada uma, como foi possível aferir na edição anterior do levantamento.

As 10 melhores escolas da rede pública no RS

Anos Iniciais - Ensino Fundamental

  • Farroupilha: EMEF Santa Cruz – 8,5
  • Picada Café: EMEF Vinte e cinco de julho – 8,5
  • Tapera: Escola Estadual Dionísio Lothário Chassot – 8,4
  • Centenário: Escola Estadual Rondônia – 8,2
  • Panambi: Escola Estadual Poncho Verde – 8,2
  • Dois Lajeados: Colégio Estadual Vicente de Carvalho – 8,1
  • Farroupilha: EMEF Angelo Chiele – 8,1
  • Fortaleza dos Valos: Escola Estadual Leopoldo Meinen – 8,1
  • Santiago: EMEF Sebastião Colpo – 8,1
  • São Marcos: Escola Estadual Monteiro Lobato – 8,1

Anos Finais - Ensino Fundamental

  • Farroupilha: EMEF Santa Cruz – 7,7
  • Porto Alegre: Colégio Militar de Porto Alegre – 7,4
  • Santa Maria: Colégio Militar de Santa Maria – 7,4
  • Farroupilha: EMEF Angelo Chiele – 7,0
  • Farroupilha: EMEF Oscar Bertholdo – 7,0
  • Carlos Barbosa: EMEF Padre Pedro Piccoli – 6,8
  • Igrejinha: EMEF Lajeadinho – 6,8
  • Farroupilha: EMEF Presidente Dutra – 6,7
  • Picada Café: EMEF Vinte e cinco de julho – 6,7
  • Salvador do Sul: EMEF Santo Inacio de Loyola – 6,7

Ensino Médio

  • Ijuí: Colégio Tiradentes Ijuí – 7,2
  • Farroupilha: IFRS - Campus Farroupilha – 6,8
  • Porto Alegre: Centro de Ensino Médio Tiradentes – 6,7
  • Santa Rosa: IF Farroupilha - Campus Santa Rosa – 6,7
  • Passo Fundo: Colégio Tiradentes Passo Fundo –  6,4
  • Novo Hamburgo: Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha – 6,3
  • Pelotas: Colégio Tiradentes Pelotas – 6,2
  • Santa Maria: Colégio Tiradentes Santa Maria – 6,2
  • Santo Ângelo: Colégio Tiradentes Santo Ângelo – 6,2
  • São Gabriel: Colégio Tiradentes São Gabriel – 6,2

Fonte: Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2019

https://gauchazh.clicrbs.com.br/educacao-e-emprego/noticia/2020/09/conheca-as-melhores-escolas-da-rede-publica-do-rio-grande-do-sul-segundo-o-ideb-2019-ckf7b9wcc009a014v5tg8mzzh.html?fbclid=IwAR3XINrK7vkxNbk9tZQjODbzsIUDARG2G_xnVqmgiN66fwXW-TyujjOG-O0 

 

Ideb: o que é preciso saber sobre como está a educação básica no Rio Grande do Sul

Estado registrou pequena melhora em todas as etapas, mas as metas não foram atingidas

GUILHERME JUSTINO - MARCEL HARTMANN

Ao longo dos últimos dois anos, a educação básica no Rio Grande do Sul registrou pequena melhora em todas as etapas, puxada pela melhor aprendizagem em português e matemática no Ensino Médio. No quadro geral, contudo, o ensino público e privado não ganhou força no ritmo esperado e está abaixo de todas as metas definidas pelo governo federal. Analistas veem o incremento com pequeno otimismo e destacam que há muitos desafios pela frente. 

Essas são as lições dos últimos resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), referentes a 2019, divulgado nesta terça-feira (15) pelo Ministério da Educação (MEC). O Ideb é uma avaliação da qualidade da educação brasileira em notas que vão de zero a 10 e é divulgada a cada dois anos. O indicador leva em conta a aprovação ou evasão dos alunos e o seu desempenho em português e matemática medido pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).

Na edição de 2019, o Rio Grande do Sul ganhou nota 6 para os anos iniciais do Ensino Fundamental, 4,8 para os anos finais do Fundamental e 4,2 para o Ensino Médio. Nenhuma meta foi atingida.

Priscila Cruz, diretora-executiva do Todos Pela Educação, ressalta que é a primeira vez que não há queda no Ideb registrado para o Ensino Médio em nenhum Estado, e destaca que Rio Grande do Sul, Goiás, Paraíba e Bahia tiveram aumento substantivo de 0,5 ponto. 

— Felizmente, há mais de foco e pragmatismo observados em inúmeros Estados nos últimos anos. O aumento de escolas de tempo integral e a obrigatoriedade de mil horas por ano, no mínimo, ajudam a explicar — diz Priscila, destacando que melhores resultados aparecem quando há atenção à aprendizagem, abordagem coerente entre as políticas, foco na profissionalização dos professores e da gestão escolar, melhoria na infraestrutura e aumento da oferta de escolas de tempo integral.

Como está o RS em comparação a outros Estados

Analistas destacam que o Ideb deve ser usado para comparar Estados consigo mesmos ao longo do tempo, e não entre si – cada um tem metas específicas a depender da realidade local, portanto, o indicador não permite dizer que uma região é melhor do que a outra. Levando-se isso em conta, o Rio Grande do Sul fica em oitavo lugar no Ensino Médio e nos anos iniciais do Fundamental e 12º nos últimos anos do Fundamental. 

Na comparação com o resto do país, o Rio Grande do Sul não é exemplo nacional, mas também não está na pior situação, observa Roberto Rafael Dias da Silva, professor da pós-graduação em Educação da Unisinos:

Há pequenos sinais de melhora, e a pequena melhora no Ensino Médio merece ser comemorada. Mas fica por aí

ROBERTO RAFAEL DIAS DA SILVA - Professor da pós-graduação em Educação da Unisinos

— Há pequenos sinais de melhora, e a pequena melhora no Ensino Médio merece ser comemorada. Mas fica por aí. Estamos em posição intermediária em comparação a outros Estados já há algum tempo. Não é diagnóstico de catástrofe, mas tem muito a ser feito — afirma Silva.

O Ideb não deve ser tomado como raio x da educação brasileira, mas indica cenário mais otimista para o ensino gaúcho, diz Natália de Lacerda Gil, professora de Educação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Ele cogita que a alta evasão possa ter contribuído para melhores notas em português e matemática.

— Uma hipótese forte é que perder alunos faz melhorar o desempenho, mas não dá para saber isso pelo Ideb. É possível que a pequena melhora se deva à ação dos professores e das famílias — diz Natália.

Como está o Ensino Médio

Um dos maiores desafios da educação brasileira é melhorar a qualidade do Ensino Médio e reduzir a evasão. No Estado, a etapa ficou estagnada entre 2005 e 2017, mas finalmente teve uma boa conquista: ganhou 0,5 pontos em 2019 e atingiu a nota 4,2 – aumento considerável, mas distante da meta de 5,3. A melhora foi puxada pelo desempenho em português e matemática – estudantes tiveram as melhores notas desde 2009. O índice de aprovação escolar é o melhor desde 2005, mas ainda se trata de um dos piores do Brasil.

Para o doutor em Educação e professor da Feevale Gabriel Grabowski, o Ensino Médio gaúcho oscila entre as mesmas notas há 15 anos, o que demonstra pouca evolução e alguns retrocessos ao longo desse período.

O Ensino Médio, tanto no Brasil quanto no Rio Grande do Sul, é uma oscilação. Agora, de 2017 a 2019, ele cresce, mas não repõe totalmente perdas que teve no passado

GABRIEL GRABOWSKI - Doutor em Educação e professor da Feevale

— O Ensino Médio, tanto no Brasil quanto no Rio Grande do Sul, é uma oscilação. Agora, de 2017 a 2019, ele cresce, mas não repõe totalmente perdas que teve no passado — define Grabowsky.

Estados que tiveram boa melhora, como Goiás e Espírito Santo, devem ser olhados com atenção por governantes, salienta Gregório Grisa, professor de políticas educacionais do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS)

— Em Goiás e Espírito Santo, há uma política pública que faz acompanhamento avaliativo periódico de como está a aprendizagem dos estudantes. Goiás avalia a cada dois meses, por amostragem. Os dois Estados ainda têm currículos próprios para o Ensino Médio e calcaram materiais pedagógicos nesses currículos. Também há tutoria pedagógica para dar formação aos professores e analisar dados de aprendizagem. Isso não tem no Rio Grande do Sul, onde cada gestão quer começar do zero seu projeto — diz o pesquisador. 

Como anda a educação gaúcha nos anos iniciais do Fundamental (1º ao 5º ano)

É a etapa em que o Rio Grande do Sul tem o melhor desempenho. Houve melhora ao longo dos anos em níveis contínuos e, em 2019, quase atingimos a meta – ficamos com nota 6, sendo que o objetivo era 6,1. Ao comparar com o resto do país, o Rio Grande do Sul é um dos nove Estados onde o Ideb dos anos iniciais do Fundamental ultrapassou a nota 6, mas um dos poucos, ao lado de Amapá, Rio de Janeiro e Distrito Federal, que não atingiu as próprias metas. A maior parte das matrículas nessa etapa são em escolas municipais e, segundo pesquisadores, é quando pais ficam mais “em cima” da educação dos filhos e cobram escola e governantes. Também é uma época em que há apenas um professor e as disciplinas não são divididas. 

Como andam os anos finais do Fundamental (6º ao 9º ano)

A educação gaúcha começa a piorar a partir do 5º ano do Ensino Fundamental. Em 2019, a etapa teve uma melhora em comparação a 2017 e alcançou nota 4,8 – abaixo da meta de 5,6. Os resultados em português e matemática ficaram estagnados e o indicador de aprovação de série cresceu muito pouco. 

A diferença entre escolas particulares e estaduais

Escolas particulares têm desempenho melhor do que as estaduais, mas estão estagnadas, enquanto que a qualidade das públicas cresce mais rápido ao longo dos anos. O melhor desempenho das privadas é nos anos iniciais do Fundamental (Ideb de 7,5) e o pior, no Ensino Médio (6,1). Nenhuma meta foi atingida, seja para escolas públicas ou particulares.

O que diz o governo do Estado

O secretário Estadual da Educação, Faisal Karam, comemorou a melhora na aprendizagem do Rio Grande do Sul em todas as etapas e relembrou que os estudantes da rede estadual gaúcha tiveram o melhor desempenho do país no último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)

Entre os motivos para a melhora, Karam cita a reorganização da rede desenhada pelo governo do Estado, que está identificando escolas com mais dificuldade em reter e aprovar alunos, e o esforço de professores. 

— Pela primeira vez dos últimos 15 anos, estamos melhorando na educação. Se não fosse o abandono e a reprovação escolar, o Rio Grande do Sul estaria entre os primeiros lugares do país. Começamos a avançar agora — pontua o secretário.

https://gauchazh.clicrbs.com.br/educacao-e-emprego/noticia/2020/09/ideb-o-que-e-preciso-saber-sobre-como-esta-a-educacao-basica-no-rio-grande-do-sul-ckf4hl4yg0015014y4wit2trx.html 

 

Ideb 2019: RS melhora em todos os níveis, mas não atinge nenhuma meta na Educação Básica

 Tradicional gargalo da educação gaúcha, Ensino Médio teve avanço significativo

GUILHERME JUSTINO

O Rio Grande do Sul melhorou o desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em 2019 em relação à edição anterior, de 2017, em todas as etapas da Educação Básica. Os dados divulgados nesta terça-feira (15) pelo Ministério da Educação (MEC) apontam, no entanto, que nem no Ensino Fundamental, nem no Ensino Médio, as escolas conseguiram, em sua totalidade, atingir as metas definidas.

Considerando o desempenho das redes pública e privada, o ensino gaúcho superou a média brasileira nos anos iniciais do Ensino Fundamental, teve a mesma média nacional nas escolas de Ensino Médio e ficou abaixo do resultado brasileiro nos anos finais do Ensino Fundamental.

O maior crescimento do Rio Grande do Sul foi justamente naquele que é considerado o maior gargalo do ensino no Estado e tem mobilizado ações de governantes há décadas: o Ensino Médio. O Ideb gaúcho nesse nível passou de 3,7 em 2017 para 4,2 em 2019. O resultado ainda está consideravelmente abaixo da meta, que era de 5,3 para o ano, e representa a mesma nota média registrada no país.

Na rede pública, o Rio Grande do Sul foi um dos poucos Estados a não atingir a meta definida para o Ideb 2019 nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Sem a rede privada, o Ideb do Brasil, nos anos iniciais, é 0,2 ponto inferior ao Ideb total. Apesar disso, o país mantém uma trajetória consistente de melhoria, superando a meta proposta e atingindo um valor igual a 5,7 em 2019. Além do Rio Grande do Sul, apenas Amapá, Roraima, Sergipe, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal não alcançaram suas metas.

 
 

Resultados nacionais

Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, os resultados do Ideb mostram que o país segue melhorando seu desempenho, alcançando em 2019, um índice igual a 5,9. A meta proposta foi superada em 0,2 ponto. Os Estados do CearáAlagoas e Piauí apresentaram os maiores crescimentos.

Apesar de o país ter melhorado seu desempenho nos anos finais do Ensino Fundamental — com índice, em 2019, igual a 4,9 — a meta proposta não foi atingida. Das 27 unidades da Federação, 22 aumentaram o Ideb, mas apenas sete alcançaram a meta proposta para 2019. O Rio Grande do Sul não está entre os Estados que atingiram a meta.

Em relação a 2017, o Ideb do Ensino Médio avançou 0,4 ponto em 2019. Apesar do crescimento observado, o país ainda está distante da meta projetada. Nesse cenário, exceto Sergipe, que se manteve estável, todos os outros Estados apresentaram aumento no valor do Ideb. Espírito Santo Goiás são os Estados com melhor desempenho no país.

O que é o Ideb

Divulgado a cada dois anos, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é um dos principais indicadores da qualidade do ensino público no Brasil. O Ideb permite que toda a sociedade acompanhe se determinada escola ou rede, seja ela municipal ou estadual, está assegurando o direito de aprendizagem dos estudantes.

O Ideb é calculado a partir de duas importantes informações para a educação brasileira: o fluxo escolar (aprovação), obtidos no Censo Escolar, e as médias de desempenho no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).

O Ideb é a ferramenta para acompanhamento das metas de qualidade para a educação básica. A meta para 2022 é alcançar média 6, valor correspondente a um sistema educacional de qualidade comparável ao dos países desenvolvidos.

 

https://gauchazh.clicrbs.com.br/educacao-e-emprego/noticia/2020/09/ideb-2019-rs-melhora-em-todos-os-niveis-mas-nao-atinge-nenhuma-meta-na-educacao-basica-ckf3anffp0045014yjdl0t7xp.html 




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