Mesa de negociação com o governo
Reposição JÁ | CPERS busca mediação do presidente da Assembleia para abrir mesa com o governo
A direção central do CPERS foi recebida, no fim da tarde desta segunda-feira (12), pelo presidente da Assembleia Legislativa – deputado Gabriel Souza (MDB) – para tratar da reivindicação mais urgente da categoria: salário digno.
O Sindicato solicitou a audiência na expectativa de obter apoio para constituir uma mesa de negociação com o governo Eduardo Leite (PSDB).
Sucessivos pedidos do CPERS para debater a pauta foram ignorados pelo Executivo.
“É inadiável. Não é preciso dizer para o senhor o quanto perdemos. Queremos que o governo nos apresente uma proposta para levarmos à categoria e ter a possibilidade de, minimamente, desafogar os educadores, que se encontram profundamente empobrecidos”, argumentou a presidente Helenir Aguiar Schürer.
Gabriel Souza assumiu o compromisso de construir a agenda com a Casa Civil do Piratini. “Inevitavelmente, cedo ou tarde precisaremos encontrar uma solução, não há mais sustentabilidade nas atuais condições”, disse o deputado.
“Se este governo não fizer, o próximo terá que fazer uma recomposição salarial. Vamos agir para tentar que o atual faça”, sinalizou o presidente do Legislativo.
Helenir entregou ao parlamentar um documento com 23 pontos em defesa da reposição. O conteúdo, elaborado pelo Dieese, destaca a defasagem salarial, as perdas resultantes das reformas de 2019 e 2020 e o quadro de melhora da situação fiscal do estado.
“Não temos tempo para aguardar por um próximo governo, deputado. A educação não pode mais esperar. É preciso que surja um movimento para salvar a escola pública”, completou Helenir, que também destacou as moções já aprovadas em 135 municípios em defesa da reposição.
Situação dramática
Quase sete anos de congelamento salarial, metade do poder de compra perdido para a inflação, direitos retirados, vantagens eliminadas, adicionais reduzidos e gastos extras durante o trabalho remoto levaram a categoria a níveis escandalosos de penúria.
O último reajuste para a categoria ocorreu em novembro de 2014, ainda no governo Tarso (PT). De lá para cá, a inflação acumulada chega a 45% e o custo da cesta básica na capital registrou um aumento de mais de 80%.
“É inadmissível”, sumarizou o diretor Edson Garcia. “Depois de tudo isso, o governo realiza descontos retroativos no vale-transporte que deixam professores e funcionários com 300 reais na conta para sobreviver o mês inteiro. Ninguém estuda para se formar, trabalhar e não ter um salário decente”.
Além das moções e da pressão no Piratini e na Assembleia, o Sindicato prepara mobilizações presenciais na capital e no interior. No próximo domingo, inicia-se uma campanha publicitária em prol da reposição.