Milhões de acesso

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Professora cria site sobre educação e atinge 11 milhões de acessos

MARLI HELENA KUMPEL DA SILVA
65 anos, natural de Marcelino Ramos, fui morar em Erechim com 7 anos de idade e há 3 anos estou morando em Caxias do Sul.

Filha de Waldemar Kumpel (falecido) eletricista e Leonilda Kumpel, dona de casa

Brevemente, gostaria que me contasse um pouco em relação a tua formação (no que, quando/ ano, onde), trajetória na Educação, e a relação dela com Erechim e municípios do Alto Uruguai;

Sou professora de Educação Física aposentada, tenho especialização em Educação Especial cursada na URI de Erechim, participação ativa no movimento Sindical, já fui diretora de Núcleo do CPERS/SINDICATO por 4 gestões, Conselheira da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), fui Conselheira Municipal de Educação do Município de Erechim.

Representei o CPERS Sindicato no Conselho Estadual de Educação do RS (CEEd). Na maior parte deste período coordenando a Comissão de Legislação e Normas. Encerrei a gestão em 15 de abril de 2020.

Conhecendo a realidade de trabalho desgastante e intenso dos colegas que não sobra tempo para pesquisas e leituras além das necessárias ao desenvolvimento de sua tarefa escolar, criei o site www.profemarli.com com o objetivo de divulgar e socializar temas relacionados a Educação, aos nossos direitos e a legislação especifica dos educadores e da Educação, as nossas lutas e também do cotidiano das pessoas e da mídia em geral.

Como, quando e de quem partiu a ideia de criar o site? Qual o conteúdo disposto nele?

O site foi criado em agosto de 2012 quando já estava aposentada e encerrando 3 gestões na direção do 15º Núcleo do CPERS/Sindicato, por entender da necessidade e a importância de um canal de comunicação ligado a temas educacionais. Criei o site como uma forma de continuar assessorando e socializando informações para os colegas.

Atualmente está como professora aposentada, desde quando? Conte-me um pouco sobre a tua rotina em relação a atualização do site. Há auxílio de alguém, colaboradores?

Estou aposentada desde 2008 após 33 anos de exercício no Magistério do RS, destes 21 anos na Escola Normal José Bonifácio. No período que estive afastada da direção do 15º Núcleo fui eleita pelo Cpers/Sindicato para representá-lo como Conselheira no Conselho Estadual de Educação do RS com sede em Porto Alegre, permanecendo por 2 gestões de 2012 a 2020. Atualmente fui eleita com vários colegas aposentados como representante Estadual dos Aposentados do CPERS na suplência, para participar mensalmente de reuniões do Conselho Geral onde são debatidos e organizadas as mobilizações.

Por que considera relevante discutir a educação? O que ela representa em tua vida?

Desde que comecei atuar como professora iniciando na Escola da Barragem, passando pela Escola de Benjamim Constante do Sul, na Escola de Capo Erê e finalizando na Escola JB. O tema educação, a tarefa de educar de crianças até adolescentes sempre me sensibilizaram e inspiraram.
Paulo Freire disse “ Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre.”
Socializar e dividir o conhecimento e assim também aprender tem sido uma tarefa a qual me dedico diariamente.
Pesquiso os temas, os que acho relevantes para os colegas posto no site. Como recebo muitos pedidos de esclarecimentos elaboro respostas o que acho que interessa a muitos também posto. Faço este trabalho sozinha.

Quais os maiores desafios já enfrentados por ti em uma sala de aula?

A expectativa que temos em relação ao sistema educacional, as contradições existentes, o querer que nem sempre é o querer dos estudantes e suas famílias e a burocracia que muitas vezes dificulta o processo pedagógico. E também a falta de valorização profissional e financeira.

Como avalia a atual situação da Educação no RS?

Calamitosa. A falta de investimentos nas escolas e de valorização dos Profissionais da Educação estão aprofundando. Se a sociedade não compreender isso, a importância da educação e que tem a função de fazê-la funcionar, em muito breve não teremos mais escolas públicas apenas escolas privadas, estudar só para quem puder pagar. Não é interessante para muitos gestores ter pessoas críticas que pensam e sonham com um mundo mais democrático e solidário.

De que forma avalia a Educação pós-pandemia? Algo se perdeu durante estes anos? O que?

Perdemos muitas vidas que não deveriam ter sido perdidas. O que precisamos agora e pensar que a educação e o conhecimento são construções que se fazem gradativamente, com respeito ao tempo dos indivíduos e sua condição pessoal, material, familiar e social.
Agora enquanto educadores precisamos pensar um processo pedagógico diferenciado que atenda a legislação educacional mas principalmente ao processo pedagógico individualizado dos nossos estudantes.

Valorizar o conhecimento e as aprendizagens construídas no período da Pandemia também são fundamentais para construirmos um mundo mais inclusivo.

Por fim, qual recado deixa pra quem pretende atuar na docência?

Primeiro, quem está e pretende atuar na educação pública merece todo meu respeito e admiração nesta tarefa difícil mas enriquecedora.

Todos os colegas que atuam ou pretendem atuar na docência precisam se ver como sujeitos do processo pedagógico e entender o seu papel neste processo.

Precisam acreditar e defender o que está estabelecido na Constituição de 1988 que consolidou o compromisso do Estado e da sociedade brasileira em promover a educação para todos, garantindo o direito ao respeito e à adequação da educação às singularidades culturais e regionais. A CF foi complementada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional que assegurou entre os princípios básicos a igualdade de condições para o acesso e permanência na escola.

É necessário reivindicar a efetivação dos direitos garantidos na Constituição Federal e demais normas, ao mesmo tempo, avaliar a aplicação das verbas públicas e as prioridades das políticas educacionais com o objetivo de eliminar o descaso e desinteresse de ações governamentais.

A exclusão e desigualdade nas escolas públicas de Educação Básica necessita de maior atenção do Poder Público bem com o a valorização dos Profissionais de Educação que atuam na educação de milhares de estudantes todos os dias.

Vale afirmar que as conquistas não ocorrem sem enfretamentos políticos e jurídicos neste cenário desfavorável, estas condições só poderão ser revertidas com muita luta da sociedade que precisa manter o esforço e a organização para que as escolas permaneçam abertas e funcionando com qualidade, mantê-las é a demonstração de luta e resistência de quem acredita que a educação é a única maneira efetiva de construção social e de garantia do direito para milhares de crianças, jovens e adultos.

 

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