Moro, a fraude

Moro, a fraude

O artigo da jornalista Cristina Serra sobre Sérgio Moro, a fraude política, na Folha (com vídeo da jornalista comentando o artigo)

  Abaixo, o vídeo onde Cristina Serra comenta a fraude política e o autoritarismo de Sérgio Moro, declarado um juiz desonesto e suspeito pelo STF. Logo após, transcrevemos parte de seu artigo na Folha de São Paulo, publicada em 15 de novembro de 2021


Moro, a fraude

Ex-juiz e Bolsonaro se igualam na mesma inclinação totalitária

Por Cristina Serra

Eis que Sérgio Moro reaparece, com o messianismo e o discurso justiceiro de sempre, transbordantes no seu retorno aos holofotes. Moro exercitou as cordas vocais e estudou pausas teatrais, tentando dar alguma credibilidade ao estilo "corvo" moralista, atualizado para o século 21, só que sem a capacidade retórica do modelo original, o udenista Carlos Lacerda.

O erro de Moro é achar que o Brasil ainda está em 2018 e que vai votar em 2022 movido pelo ódio, por ele estimulado quando conduziu a Lava Jato. No processo que levou à condenação do ex-presidente Lula, o então juiz rasgou o devido processo legal e a Constituição. Isso não é versão nem narrativa. É o entendimento consagrado pelo STF, que o considerou um juiz suspeito.

Este é o fato mais importante da biografia do agora candidato e não pode ser naturalizado como página virada. Isso revela a essência de Moro. Ele grampeou advogados de Lula (tendo acesso, portanto, às estratégias de defesa do réu); determinou condução coercitiva espetacularizada; divulgou áudio ilegal e seletivo envolvendo a presidente Dilma, vazou delações.

Sergio Moro discursa em cerimônia de filiação ao Podemos - Adriano Machado/Reuters



O vale-tudo processual deu caráter de justiçamento à Lava Jato, feriu o Judiciário, a democracia e o país. Tudo com a complacência da mídia, a mesma que agora parece ver no ex-juiz o nome que procura para a terceira via como quem busca o Santo Graal.

Moro nunca demonstrou o menor constrangimento em servir a um presidente adepto da tortura e com notórias conexões criminosas. Tentou dar a policiais esdrúxula licença para matar sob forte emoção. Como quem fareja carniça, quando deixou o governo, foi ganhar dinheiro no processo de recuperação de uma das empresas que ajudou a esfolar.

Agora, Moro se apresenta como democrata. É uma fraude. Ele e Bolsonaro se igualam na mesma inclinação totalitária. As semelhanças, aliás, foram ressaltadas por pessoa insuspeita. Foi a senhora Moro quem disse, quando este ainda era ministro, que via o marido e o presidente como "uma coisa só".

Cristina Serra é paraense, jornalista e escritora. É autora dos livros “Tragédia em Mariana - a história do maior desastre ambiental do Brasil” e “A Mata Atlântica e o Mico-Leão-Dourado - uma história de conservação”

 

https://oespiritualismoocidental.blogspot.com/2021/11/o-artigo-da-jornalista-cristina-serra.html?m=1&fbclid=IwAR0tGalouQC8xChf3RgpSiPlhkPJzHge9pxF5YY4m4leMEoL0bfs4qHVNbc 




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