Mudança de material didático em São Paulo

Mudança de material didático em São Paulo

Mudança de conteúdo do material didático em São Paulo é preocupante, diz Cenpec à CNN

À CNN Rádio, Anna Helena Altenfelder, presidente do Conselho do Cenpec, criticou a indefinição sobre qual conteúdo vai ser oferecido aos alunos do 6º ano em diante pela gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos)

 

O Governo de São Paulo recuou da decisão de usar apenas conteúdo digital, e não mais físico, nas salas de aula.
O Governo de São Paulo recuou da decisão de usar apenas conteúdo digital, e não mais físico, nas salas de aula.   Rovena Rosa/Agência Brasil

 

O Governo de São Paulo recuou da decisão de usar apenas conteúdo digital, e não mais físico, nas salas de aula.

No entanto, a decisão não tranquiliza por completo o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), uma ONG que trabalha pela equidade e qualidade na educação pública.

O problema passa a ser não somente a forma do material, mas o conteúdo, já que o governo paulista decidiu também não receber mais livros didáticos físicos do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD).

“É bastante preocupante”, afirmou à CNN Rádio a presidente do Conselho do Cenpec, Anna Helena Altenfelder. “O que foi decidido, pelo menos o que foi divulgado, não é de voltar à adoção dos livros didáticos, mas imprimir o material digital.”

 

VÍDEO: Governo Tarcísio recua e garante livros impressos a alunos

 

 

Anna Helena Altenfelder ressalta que não teve acesso completo ao novo conteúdo elaborado pelo governo paulista e avalia que o mais problemático é a indefinição sobre a qualidade do material que vai passar a ser oferecido.

“O que eu vi me preocupou”, disse. “São ‘power points’ que trazem uma explicação sobre os conceitos, mas me pareceu que não é suficiente para que os alunos possam desenvolver as habilidades previstas no próprio currículo paulista.”

A presidente do Conselho do Cenpec disse que a discussão agora não é sobre o material ser digital ou impresso. Ela alega que vê muitos problemas na decisão do governo de São Paulo de não receber mais conteúdo do Programa Nacional do Livro e do Material Didático.

“O material não é bom por ser digital ou por ser impresso, mas pela sua qualidade pedagógica, capacidade de envolvimento do aluno, rigor técnico com que ele é feito, veracidade das informações, combate à discriminação e preconceito, se está de acordo com as associações científicas e, mais do que tudo, se ele possibilita ao aluno pensar, refletir e participar. Aí é que está a qualidade.”

Ela ainda disse, ao perderem acesso aos recursos do PNLD, os professores também perdem autonomia.

“É um cardápio de livros didáticos produzidos a partir de editais, para garantir a qualidade. E nas escolas os professores podem escolher, dentro desse cardápio, uma gama bem variada, olhando para a realidade dos alunos, para o momento de aprendizagem. Há uma diversidade de material. E a decisão do governo de São Paulo vai exatamente na direção oposta, que é de um único material para todos os alunos do estado. A autonomia do professor, que é um profissional preparado para isso, não é levada em consideração, o que também é bem grave.”

Depois da repercussão do assunto, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, disse que houve má comunicação sobre o plano e que tanto a opção de material físico quanto digital vão estar disponíveis.

Os detalhes sobre o programa educacional do estado ainda não foram divulgados.

 

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