Municipais e estaduais contra ataques
Dia do professor: unir municipais e estaduais contra os ataques dos governos
Em meio a tantos ataques à educação, comemoramos este dia dos professores defendendo a força que a unidade entre as categorias estaduais e municipais tem para enfrentar os ataques que os governos, por todo o país, querem descarregar nas costas dos professores.
Lara Zaramella Estudante | Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo
sexta-feira 15 de outubro
Neste dia 15 de outubro, dia do professor, vemos por todo o país, de um lado, ataques massacrantes à categoria e à educação de conjunto, que sofre com corte de investimento e falta de reajuste salarial, com a reforma do Novo Ensino Médio, assim como com a reforma administrativa a nível estadual de Doria em São Paulo, a de Bolsonaro a nível federal e o SampaPrev 2 na capital paulista. De outro lado vemos também a resistência desta categoria que marca a história e este dia do professor.
Não é de hoje que a educação é alvo dos governos, tanto o negacionista e anticiência e pensamento crítico de Bolsonaro e Mourão, como governadores e prefeitos que, além de manter a educação básica pública em péssimas condições de salário e trabalho, têm buscado aprovar reformas da previdência e administrativa nos estados e cidades, atacando o funcionalismo público e a categoria de professores.
É por esses motivos que professores do Rio Grande do Sul se reúnem em ato hoje, em Porto Alegre, exigindo reajuste salarial, se colocando contra a PEC 32 da reforma administrativa, o Novo Ensino Médio que aprofunda bastante o controle político e ideológico das escolas e professores, que serão ainda mais sobrecarregados.
Ato dos professores em Porto Alegre, na manhã desta sexta-feira, 15 de outubro.
A sobrecarga de trabalho e os baixos salários faz com que o Brasil seja um dos países que os professores mais sofrem de ansiedade e desmotivação, fruto do descaso dos governos com essa categoria e com a educação, o que se expressa em cada um dos ataques em curso.
Um dos maiores ataques à categoria atualmente é em São Paulo, com a reforma administrativa estadual de João Doria e com o SampaPrev 2 que ataca ainda mais a previdência dos professores municipais e é parte do programa capitalista compartilhado pelo prefeito Nunes, Doria e Bolsonaro.
Aprovado em 1º turno no plenário da Câmara na véspera do dia dos professores, gerou indignação entre os servidores municipais que deflagraram greve contra o projeto. Foram centenas reunidos em assembleia no dia de ontem, que votaram por cruzar os braços contra Nunes e sua reforma da previdência. É possível vencer, para isso é preciso unificar com professores estaduais e que as direções deem as condições para que essa greve seja obstáculo concreto contra a aprovação desse ataque em segundo turno.
Os professores que passaram duros momentos ao longo da pandemia, sofrem ainda com as determinações de diversos governadores que, apesar de seus discursos de defensores da educação, obrigam autoritariamente o retorno 100% presencial a toda comunidade escolar.
Diante de todos esses ataques por todo o país, somente com a força unificada entre professores estaduais e municipais de diversas regiões que conseguiremos barrar os ataques dos governos e arrancar vitórias. Por isso, é urgente que os sindicatos, assim como as grandes centrais sindicais como CUT e CTB dirigidas pelo PT e PCdoB, que dirigem diversas categorias de professores pelo país, construam assembleias e reuniões de discussão para organizar essa categoria que é marcada pela luta e resistência.
Não vamos derrotar os ataques das reformas, do Novo Ensino Médio, de reajuste salarial, dentre outras demandas urgentes com mera pressão parlamentar aos vereadores e deputados que são os mesmos a aprovar ataques duros ao funcionalismo público e à educação. Apenas com nossa força unificada, com os métodos da luta de classes, empurrando as direções dos sindicatos a saírem da paralisia, conseguiremos enfrentar os ataques!