Municipalização, política do enxugamento
Política de enxugamento: única escola estadual de Quatro Irmãos está na mira da municipalização
A EEEM Quatro Irmãos, única escola estadual da cidade homônima e que há 79 anos atende a comunidade local com excelência, está sob ameaça de ter os anos finais do Ensino Fundamental transferidos para o município. Além de colocar em risco o trabalho de professores(as) e funcionários(as) da escola, a medida pode prejudicar ainda cerca de 50 alunos(as) da instituição.
Esta não é a primeira vez que ocorre a tentativa do processo na escola. O ex-prefeito de Quatro Irmãos, Adilson Rubilar de Valle (PP), já havia tentando realizar a transferência do 6º ao 9º ano em seu mandato (2016-2020), mas a comunidade escolar resistiu e conseguiram barrar a municipalização.
Agora, o atual prefeito, Giovan Poganski (PP), retomou a ação de desmonte e tenta agilizar para que a medida se concretize até 2024.
Mais uma vez, pais, responsáveis, estudantes e educadores(as) se mobilizam para que a escola se mantenha na administração do estado. Um dos principais receios, além de perderem o emprego, é de que fechem as turmas do Ensino Médio por conta do baixo número de matrículas, e acabem enviando os alunos(as) para outros municípios, longe de suas casa.
Nesta terça (22), representando o CPERS, o 1º vice-presidente do Sindicato, Alex Saratt, esteve presente em uma reunião com a equipe diretiva, os estudantes e suas famílias para articular estratégias efetivas, que consigam manter, mais uma vez, a instituição estadual.
“Todos que estavam presentes, de imediato, organizaram um abaixo-assinado, que será entregue ao prefeito de Quatro Irmãos, à Câmara de Vereadores, à Comissão de Educação da Assembleia Legislativa e ao CPERS. Também já existem conversações com deputados da Assembleia, para que este processo seja sustado, já que a comunidade manifestou a sua vontade de manter a escola na rede estadual, dizendo não à municipalização”, relata, Alex.
Resistência e mobilização
O CPERS vem alertando educadores(as) e a sociedade sobre a ameaça da municipalização há tempos, mas ela vem se tornando ainda mais real, agora que a grande mídia comprou esta ideia.
Até o momento, através da resistência, diversas tentativas já foram impedidas. Por isso, é imprescindível que pais, estudantes e trabalhadores(as) da educação permaneçam firmes na luta para barrar o avanço do processo.
Audiências públicas, reuniões com as comunidades escolares para organizar o apoio da sociedade, abaixo-assinados e pressão nos deputados(as), vereadores(as), secretários(as) de educação e prefeitos(as) são algumas das ações recomendadas.
É possível, sim, evitarmos mais este ataque do governo Eduardo Leite (PSDB), mas só conseguiremos quando as comunidades vierem junto conosco nesta luta.
NãoàMunicipalização